Segundo consta, meio milhão de migrantes e refugiados ingressaram na União Européia nos primeiros oito meses de 2015, esse número poderá atingir mais de um milhão antes do final do ano. Esse número também não inclui aqueles que entraram dissimuladamente na União Européia.
Um total de 364.183 migrantes entraram na União Européia pela via marítima entre janeiro e agosto, comparado com 280.000 que ingressaram nos doze meses de 2014, de acordo com estatísticas atualizadas publicadas pela International Organization for Migration (Organização Internacional para a Migração IOM em inglês) em 3 de setembro de 2015.
Do total das entradas pela via marítima, 245.274 ingressaram na Grécia, 116.649 na Itália e 2.166 na Espanha. Os principais países de origem são: Síria, seguida pelo Afeganistão, Eritréia, Nigéria, Albânia, Paquistão, Somália, Sudão e Iraque.
Além disso, segundo consta, 132.240 migrantes deram entrada, pela via terrestre, na União Européia nos primeiros sete meses de 2015, atravessando a Turquia indo para a Grécia e Bulgária, de acordo com a Frontex, a Agência de Controle de Fronteiras da União Européia. Os três principais países de origem são: Síria, Afeganistão e Paquistão.
A Alemanha e a Suécia são os destinos preferidos da maioria dos migrantes, seduzidos pelos generosos benefícios que eles podem solicitar, além da mensagem dos governos daqueles países de que refugiados são bem-vindos, independentemente de quantos eles sejam.
Se isso continuar indefinidamente, a política de portas abertas para a imigração, poderá atrair, potencialmente, milhões de muçulmanos do Oriente Médio e do norte da África para a Europa.
Todos os países europeus estão sendo afetados, de uma forma ou outra, pela crise da migração. Segue um breve levantamento da evolução dos acontecimentos em alguns desses países.
Na Áustria, o Chanceler Werner Faymann disse que ele irá revogar uma medida de emergência que permitia a entrada desimpedida de mais de 10.000 migrantes e refugiados na Hungria. "Nós sempre afirmamos que se tratava de uma situação de emergência em que deveríamos agir rápida e complacentemente", segundo ele. "Nós demos assistência a mais de 12.000 pessoas em situação desesperadora. Agora temos que, passo a passo, nos desenvencilhar das medidas de emergência e voltar à normalidade".
Apenas 20 das 12.000 pessoas que atravessaram a fronteira no fim de semana dos dias 5 e 6 de setembro requisitaram asilo na Áustria. O restante já tinha se dirigido à Alemanha, mais generosa. Além de receberem gratuitamente roupas, moradia e assistência médica, os migrantes na Alemanha também recebem uma ajuda mensal em dinheiro de €143 (US$160), comparado aos €40 (US$45) na Áustria.
Enquanto isso, seis pessoas, cinco búlgaros e um afegão com residência permanente na Hungria, foram presos suspeitos de terem alguma relação com a morte de 71 migrantes cujos corpos, em decomposição, foram encontrados na carroceria de um caminhão em 27 de agosto. A polícia acredita que o caminhão, abandonado no acostamento de uma rodovia austríaca, tenha entrado na Áustria pela Hungria. O proprietário do caminhão é cidadão búlgaro de origem libanesa.
Na Grã-Bretanha, em 7 de setembro o Primeiro Ministro David Cameron anunciou planos de receber 20.000 refugiados sírios nos próximos cinco anos. Tão somente alguns dias antes ele disse que o Reino Unido já tinha acolhido o suficiente de refugiados. Segundo consta Cameron mudou de postura depois que jornais britânicos publicaram fotos do corpo de um menino sírio levado pelas ondas até uma praia turca.
Desde então, uma petição solicitando que o governo receba mais refugiados colheu mais de 400.000 assinaturas, bem acima do limite das 100.000 necessárias para que ela seja debatida pelo parlamento.
A petição diz o seguinte: "há uma crise global de refugiados. O Reino Unido não está oferecendo asilo proporcional se comparado a seus pares europeus. Não podemos aceitar que refugiados que arriscaram suas vidas para fugirem do terrível conflito e violência sejam deixados à míngua, inseguros e em condições desumanas na Europa. Temos que ajudar".
Milhares de imigrantes econômicos vêm procurando entrar ilegalmente no Reino Unido através do Eurotúnel, um túnel ferroviário de 50 quilômetros entre a França e a Grã-Bretanha.
Na Bulgária, cinco jihadistas disfarçados de refugiados foram presos em 28 de agosto quando tentavam atravessar a fronteira em Gyueshevo, um dos três postos de controle ao longo da fronteira entre a Bulgária e a Macedônia. A polícia suspeitou dos cinco homens, albaneses entre 20 e 24 anos de idade, que tentaram subornar guardas de fronteira com 175 euros (US$195) cada. Um levantamento subsequente descobriu que os homens tinham consigo propaganda do Estado Islâmico, inclusive vídeos de decapitações.
Na República Tcheca, as autoridades marcaram os imigrantes com números, escritos com caneta hidrográfica, nos braços e nas mãos. O governo declarou que muitos imigrantes não tinham documentos e não falavam inglês e que esse método era a melhor maneira de monitorá-los. A medida foi bastante criticada por conta das conotações do Holocausto judeu, quando os nazistas tatuaram números em todos aqueles que eles mandavam para os campos de concentração.
Na Dinamarca, Andreas Kamm, secretário geral do Conselho Dinamarquês para Refugiados (Dansk Flygtningehjælp), alertou que a atual crise de refugiados poderá levar ao colapso total a sociedade européia. Em uma entrevista concedida ao jornal Jyllands-Posten, Kamm disse que ele acredita que a Europa está diante de "um cenário de Armageddon total". Ele acrescentou:
"nós estamos experimentando uma disparidade histórica entre os altíssimos números de refugiados e imigrantes e a capacidade global de lhes proporcionarmos proteção e assistência. Estamos correndo o risco de que conflitos entre migrantes e a população local se agravem e saiam do controle. A resposta não pode ser a Europa importar populações excedentes. Não se pode esperar de nós que destruamos nossa própria sociedade".
O Ministro da Fazenda Dinamarquês Claus Hjort Frederiksen disse o seguinte: "estou extremamente indignado pelo fato dos países árabes, que estão abarrotados de dinheiro, aceitarem a entrada de "meia dúzia de gatos-pingados" de refugiados. Países como a Arábia Saudita. É extremamente escandaloso".
O governo dinamarquês colocou anúncios em jornais libaneses com o objetivo de dissuadir imigrantes em potencial. "A Dinamarca decidiu apertar a regulamentação em relação aos refugiados em uma série de áreas", dizem os anúncios, alertando que recentemente a Dinamarca aprovou uma legislação cortando benefícios em até 50% para os novos refugiados que chegarem ao país.
Em 6 de setembro a polícia dinamarquesa barrou 150 refugiados que iniciaram uma marcha em direção à fronteira com a Suécia, conhecida pela sua política mais benevolente em relação ao asilo. O grupo estava entre os 300 refugiados que chegaram a Rødby, uma movimentada travessia de balsa entre o sul da Dinamarca e a Alemanha. Houve altercações com a polícia quando alguns dos refugiados tentaram fugir para não terem suas impressões digitais registradas, por temerem serem registrados como à procura de refúgio na Dinamarca e não poderem seguir para a Suécia.
Em 8 de setembro, a polícia dinamarquesa mandou de volta um grupo de imigrantes econômicos que tinha chegado à Alemanha. "São pessoas que não procuram asilo e que portanto estão aqui ilegalmente. Eles foram deportados e impedidos de entrarem novamente no país durante dois anos", segundo uma declaração da polícia do sul da Dinamarca. "Desse primeiro grupo fazia parte um grande número de pessoas. Muitos seguirão o mesmo caminho depois que estes tiverem seus casos processados", dizia a declaração, acrescentando que eles foram enviados de volta de ônibus.
Na Finlândia o Primeiro Ministro Juha Sipila ofereceu fazer a sua parte para aliviar a crise de migração da Europa anunciando que refugiados muçulmanos poderiam ficar em sua pequena casa de verão, ociosa, em Kempele, uma pequena cidade a apenas 184 quilômetros ao sul do Círculo Ártico. As temperaturas médias em Kempele ficam abaixo de zero graus centígrados seis meses por ano e a cidade não tem nenhuma mesquita (ainda). "Eu espero que isso se transforme em algum tipo de movimento popular que incentive as pessoas a dividirem o ônus dessa crise de moradia para os refugiados", disse Sipila à emissora da TV estatal.
Sipila fez a sua oferta um dia depois que seu governo duplicou a estimativa do número de requerentes de asilo na Finlândia em 2015 para 30.000. Duas semanas antes, seu governo já tinha subido a estimativa para 15.000 que era 10.000 acima da estimativa anterior. Os números acima devem ser vistos em comparação aos 3.600 requerentes de asilo em 2014.
Nos primeiros cinco meses de 2015, a maioria dos requerentes de asilo na Finlândia, que se encontra emperrada em uma recessão que já dura três anos, eram imigrantes econômicos e não refugiados fugindo das zonas de conflito. De acordo com o Serviço de Imigração Finlandês, os dez principais países de origem dos imigrantes da Finlândia foram: Iraque, Somália, Kosovo, Afeganistão, Rússia, Albânia, Nigária, Síria, Marrocos e Argélia.
Enquanto isso cerca de 200 finlandeses em Salo, cidade da gigante dos telefones celulares Nokia, protestavam contra a abertura de um centro de recepção para refugiados na cidade. Manifestantes na praça central entoavam palavras de ordem como: "fechem as fronteiras" e "o Islã irá nos destruir". Um manifestante disse o seguinte: "os finlandeses precisam ser ajudados em primeiro lugar. Tudo foi tirado dos desempregados, dos pobres e dos doentes. E os cofres estão vazios. Se esses centros forem abertos, nossos impostos irão aumentar".
Na França, o Presidente François Hollande concordou em abrigar 24.000 migrantes nos próximos dois anos. Uma pesquisa de opinião publicada em 5 de setembro pelo Le Parisien revelou que 55% dos eleitores franceses eram contrários a um relaxamento nas leis que regem o pedido de imigrantes para a obtenção de status de refugiados, inclusive para os sírios que estão fugindo da guerra civil.
O vice-presidente do partido anti-imigração Frente Nacional Florian Philippot, acusou a Chanceler Alemã Angela Merkel de incentivar a migração para a Europa cuja finalidade é abastecer a indústria alemã com "escravos".
"A Alemanha necessita de escravos baratos para abastecer sua indústria" disse Philippot em um discurso proferido em uma assembléia da Frente Nacional em Marseille. "As propostas dela de impor cotas de imigrantes têm sua lógica: para servirem aos cínicos interesses do capitalismo alemão. O único objetivo é diminuir o déficit demográfico da maneira mais barata possível".
Na Alemanha, o número de requerentes de asilo que ingressaram no país em um único mês ultrapassou a casa dos 100.000 pela primeira vez na história. O número recorde de requerentes de asilo em agosto de 2015 chegou a 104.460, alcançando o total cumulativo de 413.535 nos primeiros oito meses de 2015. A Alemanha espera receber um total de 800.000 refugiados e imigrantes no ano em curso, quatro vezes mais do que em 2014.
Autoridades alemãs dizem que 20.000 migrantes e refugiados entraram no país no final de semana dos dias 5 e 6 de setembro. Outra onda é esperada nos próximos dias.
O governo alemão irá dispor de €6 bilhões (US$6,7 bilhões) para se ajustar à convergência de refugiados. Os governos locais e estaduais receberão €3 bilhões para abrigar os refugiados e o governo central irá alocar outros €3 bilhões em benefícios para as novas entradas.
Centenas de refugiados muçulmanos estão se convertendo ao cristianismo, ao que tudo indica, na esperança de melhorarem suas chances de seu pedido de asilo ser aprovado. De acordo com o Islã, os muçulmanos que se converterem ao cristianismo são considerados culpados de apostasia, um crime que merece ser punido com a morte. Os "convertidos" ao que parece acreditam que os oficiais da imigração alemã permitirão que eles permaneçam na Alemanha se eles puderem convencê-los que serão mortos caso sejam enviados de volta aos seus países de origem.
Imigrantes muçulmanos têm se enfrentado quando chegam à Alemanha. Em 19 de agosto pelo menos 20 migrantes sírios alojados em um abrigo de refugiados, superlolado, na cidade oriental alemã de Suhl tentaram linchar um migrante afegão depois que ele rasgou algumas páginas do Alcorão e as jogou em um vaso sanitário.
Mais de 100 policiais foram chamados para restabelecer a ordem, mas quando eles chegaram foram atacados com pedras e blocos de concreto. Dezessete pessoas ficaram feridas na confusão, 11 refugiados e 6 policiais. O afegão agora se encontra sob proteção policial. O presidente do estado alemão de Thuringia, Bodo Ramelow, disse que muçulmanos de nacionalidades diferentes deveriam ser abrigados separadamente para evitar tumultos dessa natureza no futuro.
Na Grécia foram posicionadas tropas na ilha de Lesbos no Mar Egeu, devido a confrontos entre migrantes e a polícia. Mais de 15.000 migrantes e refugiados chegaram à ilha, um dos pontos de entrada para a União Européia. Os migrantes estão transtornados em virtude dos atrasos nos processos de registro que os deixaram desabrigados na ilha, incapazes de continuarem sua jornada em direção a outros países ao norte da Europa. Altercações também romperam entre sírios, que têm prioridade no processo de avaliação e afegãos que são forçados a esperar muito mais tempo.
Na Hungria o Primeiro Ministro Viktor Orbán propôs enviar o exército para fechar a fronteira com a Sérvia, no sul do país. Ele disse o seguinte:
"passo a passo, a fronteira estará sob controle. Enviaremos a polícia, depois, se tivermos autorização do parlamento, posicionaremos as forças armadas. Não se trata de 150.000 migrantes que alguns querem dividir em quotas, nem de 500.000, número este que eu ouvi em Bruxelas, são milhões, depois dezenas de milhões, porque o número de imigrantes não tem fim".
O porta-voz do governo de centro-direita da Hungria Zoltán Kovács disse que a resposta da União Européia para a crise da imigração é um fracasso total. Ele disse o seguinte:
"a União Européia não faz nenhuma distinção entre aqueles que realmente necessitam e os que não necessitam de ajuda. Verdadeiros refugiados são misturados com migrantes econômicos. Nós não estamos diante de uma crise de refugiados, estamos sim diante de uma crise migratória. Tem gente vindo para cá de uma centena de países ao redor do mundo. É totalmente inaceitável que a movimentação ilegal de pessoas já esteja institucionalizada".
Centenas de migrantes ávidos para saírem da Hungria em direção da terra prometida da Alemanha foram filmados confrontando a polícia, recusando água e comida. Um migrante foi questionado sobre a razão dele não querer ficar na Hungria. He respondeu o seguinte: "a Hungria não nos oferece o que nos é oferecido na Alemanha... casa, dinheiro..."
Na Islândia cuja população é de 330.000 habitantes, mais de 12.000 famílias se prontificaram em abrir a porta de suas casas na tentativa de levantar o teto do governo de aceitar apenas 50 requerentes de asilo por ano. Eles responderam a um chamamento de Bryndís Björgvinsdóttir, um ativista que criou uma página no Facebook solicitando que o governo permita que os cidadãos comuns islandeses também possam ajudar.
Referindo-se aos refugiados, Björgvinsdóttir expôs o seguinte:
"eles são nossos futuros cônjuges, os melhores amigos, a próxima alma gêmea, o baterista da banda dos nossos filhos, o próximo colega, Miss Islândia em 2022, o carpinteiro que finalmente irá terminar o nosso banheiro, o cozinheiro da cafeteria, o bombeiro e o apresentador da televisão. Pessoas sobre as quais nós jamais poderemos dizer no futuro: sua vida vale menos do que a minha".
Na Itália um requerente de asilo de 18 anos da Costa do Marfim chamado Mamadou Kamara foi acusado de assassinar um casal de idosos na Sicília. Kamara, que foi resgatado das águas do Mar Mediterrâneo em 8 de junho e trazido juntamente com outros migrantes ao porto de Catania na Sicília, segundo consta, invadiu uma casa na vizinha aldeia de Palagonia e cortou a garganta de Vincenzo Solano, 68, durante um assalto violento. Sua esposa Mercedes Ibañez, 70, natural da Espanha caiu da sacada do segundo andar. A polícia afirma que Kamara roubou um laptop, uma câmera de vídeo e um celular da residência do casal.
O político de centro-direita Giorgia Meloni declarou: "o instigador do assassinato desses dois inocentes é o estado italiano, que é responsável pela manutenção de uma instalação para migrantes... que nós dizíamos deve ser fechada".
Na Macedônia, a polícia se altercou com milhares de migrantes que tentavam entrar no país pela Grécia. O Ministro das Relações Exteriores Nikola Poposki disse:
"nos últimos dias houve um surpreendente crescimento no ingresso de migrantes atingindo o número de 3.000 a 3.500 pessoas por dia, o que obviamente é algo que um país de dois milhões de habitantes, com os nossos recursos, não consegue administrar. Nós tivemos que intensificar o controle da entrada ilegal no território macedônio".
Centenas de migrantes muçulmanos gritando "Allahu Akbar" ("Alá é o maior") rejeitaram as refeições distribuídas pela Cruz Vermelha porque o alimento não era halal, ou seja: legalmente permitido de acordo com a lei da Sharia islâmica.
Na Holanda o governo anunciou novas regras que irão cortar alimentos e abrigos para migrantes que não conseguirem provar que são refugiados. Candidatos a asilo que forem desqualificados terão direito a "algumas semanas" de abrigo após terem seus pedidos rejeitados. Se eles não concordarem em voltar para casa, serão deportados.
O Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial criticou a política holandesa. O comitê declarou que as necessidades básicas dos imigrantes devem ser proporcionadas incondicionalmente. O Primeiro Ministro Mark Rutte respondeu que seria "absurdo" proporcionar abrigo permanente àqueles que se recusarem a sair do país. "Nós estamos falando dos grupos de pessoas que pode voltar" segundo ele, "cujos governos os aceitariam de volta, mas que não querem voltar".
Na Noruega dezenas de migrantes estão chegando pelo Círculo Ártico. Estima-se que até 20 migrantes por mês viajem para o extremo norte da Rússia para depois atravessarem a fronteira e entrarem na minúscula cidade norueguesa de Kirkenes, que fica cerca de 4.000 quilômetros ao norte de Damasco.
Conforme regem os acordos de fronteira, é ilegal atravessar a fronteira a pé ou dar carona a alguém sem documento, um empecilho que os refugiados sírios contornaram andando de bicicletas.
"Não há nenhuma razão para acreditar que isso irá parar" segundo declaração de Hans Møllebakken, chefe de polícia de Kirkenes ao jornal VG da Noruega. "O fato é que se você tiver dinheiro, é possível ir de Damasco a Storskog em menos de 48 horas: Esta é a linha expressa para Schengen".
Na Eslováquia o porta-voz do Ministério do Interior Ivan Netik, disse que seu país aceitará somente cristãos, quando permitir a entrada de refugiados sírios segundo o esquema de remanejamento da União Européia. Falando à BBC, Netik disse o seguinte:
"nós realmente queremos ajudar a Europa nessa onda de imigrantes, mas somos apenas um país de passagem, além disso as pessoas não querem ficar na Eslováquia. Podemos aceitar 800 muçulmanos, mas não temos nenhuma mesquita na Eslováquia, de que maneira então os muçulmanos poderão se integrar se não irão se sentir bem aqui"?
Na Espanha o jornal El País publicou uma matéria relatando que a maioria dos candidatos a asilo vê a Espanha como nada mais que uma "simples parada" no caminho para a Alemanha. Muitos se dirigem para o norte após expirar os seis meses de assistência financeira gratuita. "Muitos daqueles que chegam à Espanha seguem em frente assim que possível, para que possam ir a outros países que oferecem ajuda mais generosa", relata o jornal. "Eles sabem que aqui não há emprego e que a estrutura existente não tem condições de cobrir a necessidade de todos".
O governo central em Madri impôs limites no tamanho da ajuda disponível, porém mais de 50 governos distritais e municipais da Espanha já estão proporcionando, aos migrantes, moradia e assistência médica gratuitas.
Em 7 de setembro a polícia disparou balas de borracha contra migrantes em um centro de detenção em Valência depois que 50 deles tentaram fugir. Em 16 de agosto pelo menos 35 migrantes fugiram de um alojamento de detenção em Algeciras. Em 15 de agosto oito migrantes fugiram de um centro de detenção em Murcia.
Na Suécia, em 6 de setembro, o Primeiro Ministro Stefan Löfven discursou em um comício pró-refugiados em Estocolmo, no qual ele exortou os suecos e demais europeus a darem mais de si em prol dos imigrantes. Ele disse o seguinte: "nós precisamos decidir agora que espécie de Europa teremos no futuro. A minha Europa aceita refugiados. A minha Europa não constrói muros".
Uma pesquisa de opinião realizada pela Schibsted/Inizios para o jornal Aftonbladet constatou que 66% dos suecos estavam dispostos a ajudarem os refugiados e que 48% tinham pouca ou nenhuma confiança na conduta do governo em relação à crise.
No Vaticano, em 6 de setembro, o Papa Francisco conclamou todas as paróquias e mosteiros na Europa para que cada um deles abrigue uma família de refugiados. Ele também disse que as duas paróquias do Vaticano darão o exemplo. Segundo uma estimativa "há cerca de 122.000 paróquias na Europa, como mostra um estudo conduzido pela Universidade de Georgetown publicado em junho. Se cada uma delas abrigar uma família de refugiados, de três a quatro pessoas, cerca de 360.000 a 500.000 refugiados poderão ser acomodados nos próximos meses".
Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter.