
Uma enorme quantidade de suprimentos de ajuda, principalmente de alimentos, foi se acumulando nos últimos meses no lado de Gaza nas travessias para a Faixa de Gaza e ainda aguarda coleta por organizações internacionais de ajuda, afirmou a divisão (COGAT) Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios do Ministério da Defesa de Israel, uma unidade do Ministério da Defesa de Israel, em 25 de julho de 2025, após alegações de que Jerusalém estaria impedindo a entrada de alimentos na Faixa de Gaza.
A COGAT divulgou imagens detalhadas que mostram centenas de caminhões no lado de Gaza, na travessia de Kerem Shalom, com fileiras de caixas de suprimentos empilhadas em paletes.
"Israel não limita o número de caminhões que entram na Faixa de Gaza, e é a questão da coleta que está impedindo a contínua entrega de ajuda humanitária à Gaza", salientou o chefe da Administração de Coordenação e Intermediador do COGAT para Gaza, Coronel Abdullah Halabi, falando do lado de Gaza na travessia, com caixas de suprimentos empacotadas ao fundo.
"Apesar dos fatos escancarados que vocês podem ver atrás de mim, o Hamas está conduzindo uma deliberada e falsa campanha de propaganda que apresenta uma imagem distorcida da situação humanitária", assinalou ele.
Halabi enfatizou que o Hamas está engajado em fazer propaganda, não "por preocupação com os moradores de Gaza, e sim como tática de pressão no âmbito das negociações" com Israel sobre a libertação do restante dos reféns mantidos na Faixa de Gaza.
"Trabalhamos todos os dias para trazer ajuda, o Hamas opera todos os dias para criar a percepção de crise", salientou o oficial. "A comunidade internacional precisa saber a verdade. Estamos trabalhando em estreita coordenação com a ONU e com organizações humanitárias, instando-as a continuarem vindo para coletar a ajuda e levá-la à Faixa de Gaza."
Mesmo assim, parte da ajuda está chegando à Faixa de Gaza. O COGAT tuitou que, na sexta-feira, cerca de 90 caminhões com alimentos foram descarregados em postos de ajuda, e outros 100 foram coletados pela ONU e por organizações internacionais do lado de Gaza e distribuídos em Gaza.
Mike Huckabee, embaixador dos Estados Unidos em Israel, postou fotos no X da ajuda humanitária aguardando para ser distribuída, afirmando que há "comida suficiente para alimentar toda a Faixa de Gaza, mas ela está apodrecendo! A ONU é uma ferramenta do Hamas! A GHF, com sede nos EUA, está entregando comida DE GRAÇA e COM SEGURANÇA. A comida da ONU ou é saqueada pelo Hamas ou apodrece ao sol!"
A ONU alega que as restrições das IDF à sua livre movimentação e os criminosos saques prejudicam sua capacidade de entregar ajuda.
"Esses fatores colocaram pessoas e equipes de ajuda humanitária em perigo e forçaram agências humanitárias a interromperem, em muitas ocasiões, a coleta de cargas em postos controlados pelas autoridades israelenses", segundo Olga Cherevko, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, OCHA, de acordo com a Associated Press.
A OCHA ressaltou em seu site que a ruptura da lei e da ordem, em parte devido ao colapso da força policial administrada pelo Hamas em Gaza, leva a riscos ainda maiores para os comboios de caminhões que se deslocam na Faixa de Gaza diante de gangues criminosas.
De acordo com a Fundação para a Defesa das Democracias (FDD), sediada nos Estados Unidos, o mecanismo de ajuda da ONU permitiu que o Hamas se apoderasse e acumulasse a ajuda por muitos meses durante a guerra, fazendo com que a organização terrorista lucrasse centenas de milhões de dólares com a venda dos suprimentos no mercado secundário, enquanto os cidadãos comuns de Gaza passavam fome.
A criação da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), no entanto, conseguiu contornar esse mecanismo, privando o Hamas de seus fundos, salientou Enia Krivine, diretora chefe do Programa Israelense e da Rede de Segurança Nacional da FDD, no site da FDD na quinta-feira.
"O Hamas entende que, se não retomar o controle da economia da ajuda em Gaza, seus dias de governo do enclave estarão contados. Ao se recusar a trabalhar com a GHF, as Nações Unidas estão vergonhosamente lançando uma tábua de salvação para o Hamas", acrescentou Krivine.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump expressou sua frustração na sexta-feira com o impasse nas negociações mediadas pelos Estados Unidos para costurar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas para a soltura dos reféns, atribuindo a culpa diretamente ao grupo terrorista palestino.
"É uma pena, o Hamas não queria realmente fechar um acordo", salientou Trump. "Acho que eles querem morrer. E isso é muito, muito ruim. Chegou a um ponto em que vocês terão de dar um basta."
"Não se esqueçam, nós libertamos muitos reféns", continuou ele. "Então agora a questão são os últimos reféns, e eles sabem o que acontece depois que vocês os pegarem. E é basicamente por isso, que eles realmente não queriam fechar um acordo. Dá para ver."
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