Abaixo segue um resumo de alguns dos problemas relacionados ao Islã na Grã-Bretanha no mês de abril de 2015, divididos em quatro grandes temas: 1) extremismo islâmico, 2) multiculturalismo britânico, 3) integração muçulmana e 4) muçulmanos e as eleições gerais britânicas.
1. Extremismo Islâmico e Ameaças Relacionadas à Síria
A polícia britânica acredita que cerca de 600 cidadãos britânicos viajaram para a Síria e o Iraque desde o estopim do conflito no início de 2011. Estima-se que aproximadamente a metade deles já retornou ao Reino Unido.
Em 1º de abril a polícia turca deteve nove cidadãos britânicos de Rochdale, Grande Manchester, que hipoteticamente estavam procurando se juntar ao grupo terrorista Estado Islâmico na Síria. Os nove, cinco adultos e quatro crianças, incluindo um bebê de um ano de idade, foram detidos na cidade turca de Hatay.
Um dos detidos era Waheed Ahmed, estudante de política da Universidade de Manchester. Seu pai, Shakil, vereador do Partido Trabalhista em Rochdale, disse que achava que seu filho estava fazendo um estágio em Birmingham. Ele disse o seguinte:
"fui pego de surpresa ao saber que ele estava lá, pelo que entendi ele estava fazendo um estágio em Birmingham. Meu filho é um bom muçulmano, sua lealdade é com a Grã-Bretanha, de modo que não consigo entender o que ele está fazendo por lá. Se tivesse passado pela minha cabeça que ele estava correndo o perigo de ser radicalizado, eu o teria denunciado às autoridades".
Também em 1º de abril, Erol Incedal, 27, cidadão britânico de origem turca, ficou preso por 42 meses por estar de posse de um manual para a fabricação de bombas. Seu amigo, Mounir Rarmoul-Bouhadjar, 26, cidadão britânico de origem argelina, que admitiu possuir o mesmo manual, foi condenado a três anos na prisão. Ambos tinham estado na fronteira sírio/turca em companhia de jihadistas, que os ensinaram a lidar com armamentos e explosivos.
Enquanto isso, foi apurado que o pai de um dos três adolescentes de Brent, na região noroeste de Londres, que foi detido na Turquia em março sob suspeita de procurar se juntar ao grupo terrorista Estado Islâmico na Síria, trabalhava no Ministério da Defesa da Grã-Bretanha. Ao pai que pode ter tido acesso a nomes e endereços de militares britânicos, tanto em casa quanto no exterior, foi emitida uma "licença por doença grave".
Em 2 de abril, Yahya Rashid, de Willesden, também no noroeste de Londres, foi acusado de "se comportar como se estivesse se preparando para cometer um ato terrorista e com a intenção de ajudar terceiros a cometerem atos de terrorismo, entre novembro de 2014 e março de 2015". Rashid, 19, foi detido no aeroporto de Luton ao retornar de Istambul. O estudante de eletrônica da Universidade de Middlesex estava, supostamente, retornando da Síria após ter viajado para aquele país via Marrocos e Turquia.
Em 3 abril seis muçulmanos foram detidos no Porto de Dover em Kent sob suspeita de procurarem deixar a Inglaterra para se juntarem ao Estado Islâmico. O Serviço de Promotoria Publica revelou que três deles foram encontrados na carroceria de um caminhão, procurando, ao que tudo indica, sair ilegalmente da Grã-Bretanha. Eles foram acusados de estarem "preparando atos de terrorismo".
Em 5 e abril Abase Hussen pai da colegial Amira Hussen, jihadista britânica que fugiu de casa, admitiu que a filha se radicalizou após ele tê-la levado a um comício extremista organizado pelo grupo islamista Al-Muhajiroun, já banido, dirigido por Anjem Choudary, muçulmano nascido na Grã-Bretanha, pregador do ódio.
Amira, 15, era uma das três meninas da Bethnal Green Academy em East London que viajaram para a Turquia em fevereiro para se tornarem "noivas de jihadistas" na Síria. Durante uma audiência na Comissão Especial para Assuntos Internos em março, Abase acusou as autoridades britânicas de malograrem por não terem evitado que sua filha fugisse para a Síria. Perguntado pelo Presidente Keith Vaz se Amira tinha sido exposta a algum tipo de extremismo, Hussen respondeu: "de jeito nenhum. Nada". A polícia, no final, apresentou um pedido de desculpas.
Abase no entanto, mudou seu lado da história depois que apareceu um vídeo que o desmascarou como sendo um islâmico radical que participou de um comício em prol do ódio juntamente com Choudary e Michael Adebolajo, assassino de Lee Rigby. Abase, originário da Etiópia, disse que veio para a Grã-Bretanha em 1999 "pela democracia, pela liberdade, por uma vida melhor para os filhos, para que pudessem aprender inglês".
Em 8 de abril Alaa Abdullah Esayed de South London admitiu ter postado 45.600 tuítes em apoio ao Estado Islâmico em apenas um ano. Os tuítes incluíam fotos de cadáveres, além de estimularem crianças a se armarem com armamentos. Os tuítes de Esayed também continham o poema, "Mãe de um Mártir", que assessora os pais de como ensinarem os filhos sobre a jihad. Esayed, 22, pode ser condenado a 14 anos de prisão por incentivar o terrorismo e disseminar publicações terroristas.
Em 9 de abril, as famílias de dois meninos adolescentes de Dewsbury, West Yorkshire, que se segundo consta, viajaram para se juntarem ao Estado Islâmico, disseram que estavam "profundamente chocados" e extremamente preocupados com a segurança de seus "jovens comuns de Yorkshire". Os jovens de 17 anos, Hassan Munshi e Talha Asmal, segundo consta, foram para a Síria após terem passado pela Turquia em 31 de março. Os jovens, de acordo com as informações disponíveis, disseram aos seus parentes que estavam indo a uma excursão com a escola, mas na realidade fizeram dos feriados da Páscoa uma "janela de oportunidade" para saírem da Grã-Bretanha.
Em 20 de abril um colegial de 14 anos de Blackburn, Lancashire, se tornou o suspeito mais jovem de terrorismo da Grã-Bretanha. Ele foi detido em conexão com uma conspiração terrorista inspirada no Estado Islâmico em Melbourne, Austrália. A polícia declarou que mensagens encontradas em seu computador e celular indicavam que havia um plano para atacar as comemorações do centenário do desembarque da Anzac em Gallipoli na Primeira Guerra Mundial. (O Dia da Anzac, 25 de abril, marca o aniversário da primeira grande operação militar em que participaram forças australianas e neozelandesas na Primeira Guerra Mundial).
Também em 20 de abril, a polícia na Turquia deteve um casal de britânicos juntamente com seus quatro filhos sob suspeita de procurarem viajar para uma região da Síria controlada pelo Estado Islâmico. Asif Malik, sua mulher Sara e os quatro filhos com idades entre 11 meses e 7 anos, foram detidos em um hotel em Ancara. Autoridades turcas disseram que a família atravessou a fronteira rumo à Turquia a partir da Grécia em 16 de abril e que ela foi detida após serem informados pela polícia britânica.
Em 24 de abril Hassan Munir de Bradford ficou preso por 18 meses por ter postado links para Dabiq, uma revista de propaganda do Estado Islâmico em sua página do Facebook. O tribunal tomou conhecimento que Munir, 27, ignorou inúmeras advertências, tanto do Facebook quanto da polícia, após ter postado matérias jihadistas inclusive artigos sobre decapitações. O juiz afirmou que a revista apresentava um grave perigo porque estimulava as pessoas a levantarem armas em nome do Estado Islâmico.
Em 27 de abril Mohammed Kahar de Sunderland foi detido após ser pego disseminando matérias extremistas, inclusive documentos do tipo "O Curso Explosivo", "44 Maneiras de Servir e Participar na Jihad", "O Livro da Jihad", e "Esta é a Província de Alá". Em 27 de abril Mohammed Kahar de Sunderland foi detido após ser pego disseminando matérias extremistas, inclusive documentos do tipo "O Curso Explosivo", "44 Maneiras de Servir e Participar na Jihad", "O Livro da Jihad", e "Esta é a Província de Alá".
Em 28 de abril, o jihadista Kazi Jawad Islam, de 18 anos, foi condenado por "aliciamento ao terrorismo" por tentar aplicar uma "lavagem cerebral" em seu amigo Harry Thomas, "um jovem vulnerável com dificuldades de aprendizado", para que atacasse soldados britânicos com um cutelo.
O Tribunal Penal Central da Inglaterra e País de Gales (também conhecido como Old Bailey) foi informado que Kazi Islam, provavelmente se inspirou na decapitação soldado Lee Rigby em 2013, fez amizade com Thomas, na época com 19 anos, em outubro de 2013 após conhecê-lo na faculdade. O tribunal ficou sabendo como Islam também "se aproveitou de forma cruel" de seu amigo autista para que ele se preparasse para montar uma bomba.
Em uma entrevista concedida ao Guardian, Nazir Afzal, o mais importante promotor público muçulmano da Grã-Bretanha advertiu que mais crianças britânicas do que se pensava correm o risco da "jihadimania" porque eles veem os terroristas islâmicos como "ídolos pop". Ele disse o seguinte:
"os meninos querem ser como eles e as meninas querem estar com eles. É isso que eles costumavam dizer em relação aos Beatles e mais recentemente em relação ao One Direction e Justin Bieber. A propaganda que os terroristas difundem é parecida com marketing e muitos de nossos adolescentes se apaixonam por esta imagem.
"Eles veem suas próprias vidas como medíocres ao compararem com aquelas e não percebem que estão sendo usados. Os extremistas os tratam de forma semelhante aos sedutores sexuais, manipulam, os distanciam de seus amigos e familiares e depois dão o bote.
"Cada um deles, se for para a Síria, voltará mais radicalizado ao retornar. E se não for, se tornará um problema, uma bomba relógio, esperando explodir".
2. Multiculturalismo Britânico
Em abril, funcionários da Escola Lostwithiel em Cornwall humilharam em público uma dezena de alunos com idades entre 8 e 11 anos cujos pais tinham se recusado a permitir que eles participassem de uma excursão da escola para a visitação de uma mesquita em Exeter. Alguns dos pais disseram que estavam preocupados com a segurança dos filhos, já outros disseram que se opunham ao ensino do Islã na escola. Contudo, os funcionários da escola forçaram os alunos desobedientes a se explicarem, individualmente, em uma assembléia de estudantes.
Em 5 de abril Victoria Wasteney, 38, uma profissional da saúde, cristã, apresentou um apelo contra um tribunal do trabalho que a considerou culpada por "intimidar" uma colega muçulmana por ter rezado por ela e por tê-la convidado a ir à igreja. Wasteney foi suspensa de seu emprego de terapeuta ocupacional sênior no John Howard Centre, uma unidade de saúde mental na região leste de Londres, após sua colega Enya Nawaz, 25, tê-la acusado de tentar convertê-la ao cristianismo. Os advogados de Wasteney dizem que o tribunal infringiu a lei ao restringir sua liberdade de arbítrio e a liberdade de professar sua religião, que constam no Artigo 9 da Convenção Européia de Direitos Humanos.
Em 8 de abril, o Guardian divulgou que houve um aumento de 60% nas ocorrências policiais quanto ao abuso sexual de crianças nos últimos quatro anos, de acordo com números oficiais obtidos por meio de uma solicitação baseada na Legislação sobre Liberdade de Informação, que tornou público pela primeira vez a dimensão do problema na Inglaterra e no País de Gales.
O número de delitos de abuso sexual de crianças reportado à polícia saltou de 5.557 casos em 2011 para 8.892 em 2014. Ao mesmo tempo o número de detenções por crimes de abuso sexual de crianças na Inglaterra e País de Gales caiu de 3.511 em 2011 para 3.208, uma queda de 9%.
O maior aumento de casos reportados em uma única delegacia de polícia nos últimos quatro anos se deu em South Yorkshire. A delegacia registrou um aumento de 577% nos casos saltando de 74 em 2011 para 501 em 2014, provavelmente um reflexo da elucidação do escândalo do abuso sexual muçulmano em Rotherham.
Em 14 de abril, o Presidente da Suprema Corte do Reino Unido Lord Neuberger, declarou em um discurso que deveria ser permitido às mulheres muçulmanas usarem véus nos tribunais. Ele acrescentou que, com o intuito de demonstrar equidade àqueles implicados em processos, os juízes devem "compreender as diferenças dos hábitos culturais e sociais". Ele disse o seguinte:
"faz parte dos exemplos bem-conhecidos a questão de como certas religiões consideram inadequado prestar juramento, como algumas pessoas consideram grosseiro olhar os outros diretamente nos olhos, como determinadas mulheres acham inadequado aparecer em público com o rosto descoberto e como alguns consideram inadequado confrontar alguém ou ser confrontado, como por exemplo a recusa direta e completa de algo".
Os comentários de Neuberger vieram depois que um juiz manteve uma decisão permitindo que Rebekah Dawson, de 22 anos de idade, convertida ao Islã, fosse julgada usando uma niqab, um véu em que aparecem apenas os olhos.
Em 15 de abril a revista Newsweek revelou que as "opiniões extremistas de um racista, homófobo e antissemita, que apóia o assassinato de não-muçulmanos e o apedrejamento de adúlteros, estão sendo disponibilizadas aos imãs das prisões e aos detentos por toda a Inglaterra e País de Gales, com a benção das autoridades (prisionais)".
A revista entrevistou Haras Rafiq, diretor executivo da Quilliam Foundation, uma instituição de pesquisa contraextremista, na qual alertou que as prisões britânicas se transformaram em "incubadoras do extremismo islâmico", visto que aos detentos é permitido ler as obras do polêmico clérigo Ala Maududi do Sul da Ásia. Rafiq descreveu Maududi, que faleceu em 1979, como o "avô do islamismo".
A Newsweek descobriu que centenas de cópias das análises do Alcorão, realizadas por Maududi, foram distribuídas em março em um evento de treinamento para imãs e capelães de prisões, realizado no colégio de serviço prisional em Rugby. Os livros vieram do Markfield Institute for Higher Education, parte integrante da Islamic Foundation, uma organização sediada no Reino Unido "inspirada na Irmandade Muçulmana".
Em 22 de abril o Daily Mail publicou trechos de um novo livro, Girl for Sale (Menina à Venda), que descreve o chocante suplício de Lara McDonnell, que virou vítima de uma gangue de pedófilos muçulmanos quando tinha apenas 13 anos de idade. Ela escreveu:
"Mohammed me vendia por £250 a pedófilos do país inteiro. Eles entravam, sentavam e começavam a me tocar. Se eu me recolhesse, Mohammed me obrigava a ingerir mais crack para que eu fechasse os olhos e "viajasse". Eu me tornei oca, morta por dentro.
"Às vezes eu era passada de um pervertido para outro. Em Oxford, muitos desses depravados eram de origem asiática (em Londres), eles eram do Mediterrâneo, negros ou árabes.
"Depois, no início de 2012 (cerca de cinco anos após o começo dos abusos), a polícia de Thames Valley pediu para me ver. Os policiais estavam conduzindo investigações, há muito atrasadas, em relação à exploração sexual de meninas jovens e queriam conversar. Contei tudo a eles, e no final de março Mohammed e sua gangue estavam presos. Sem eu saber, cinco meninas estavam contando a mesma história à polícia.
"A defesa de Mohammed foi ridícula: ele alegou que eu o forçava a ingerir drogas e transar comigo. Sua advogada, uma mulher, inferiu que eu era racista, pelo fato de todos os réus serem muçulmanos.
"Pelo fato dos réus serem muçulmanos, o caso expôs questões delicadas envolvendo raça e religião. Minha leitura da realidade é clara: eles se comportavam daquele jeito por conta das diferenças na maneira de enxergarem as mulheres".
Em 25 de abril o Telegraph revelou que os contribuintes britânicos estavam pagando o aluguel mensal de Hani al-Sibai, o pregador islamista que era o "mentor" de Mohammed Emwazi (mais conhecido como Jihadi John, o carrasco do Estado Islâmico). Al-Sibai, 54, pai de cinco filhos, reside em uma casa no valor de £1 milhão em Hammersmith, bairro de West London. Segundo o Telegraph:
"o bolso do público também pagou por inúmeras ações na justiça propostas por al-Sibai contra o governo britânico em sua luta para impedir a deportação para o Egito, além de investidas para que seu nome fosse retirado das listas de sanções de terroristas.
"De sua residência, al-Sibai, também conhecido como Hani Youssef, dirige uma eficiente máquina publicitária da al-Qaeda, que inclui o al-Maqreze Centre for Historical Studies. Em meses recentes ele fez uso de diversos sites na Internet para tecer elogios a bin Laden e glorificar a al-Qaeda por travar a guerra contra "os cruzados/sionistas".
Também em abril o Reverendo David Robertson, que está prestes a tomar o posto de Moderador da Free Church of Scotland, escreveu um poderoso ensaio sobre o Web site Christian Today no qual ele argumenta que o "medo da islamofobia está cegando muitos de nossos políticos frente à ameaça do Islã". Robertson esclarece:
"o cristianismo é a base e a mola-mestra da nossa sociedade secular. O Islã é diferente. O Islã não tem doutrina de separação entre o espiritual e o político. O Islã é, e sempre foi, um movimento político. É impossível haver algo como Islã secular. Do ponto de vista islâmico o mundo está dividido em duas casas, Darus Salma, a casa do Islã e Darul Har, a casa da guerra. A primeira casa é a região efetivamente controlada pelo Islã, repleta de controle político e religioso, a segunda é representada pelas regiões do mundo ainda não submissas ao Islã. Islã significa submissão, não paz".
Robertson acrescenta:
"recentemente participei de um encontro que ocorre às segundas-feiras à noite em uma mesquita em minha cidade. ... Fiquei impressionado com o que vi. Lá estavam 150 homens, em sua maioria jovens, em uma noite de segunda-feira em um encontro para rezar. Não se tratava das rezas de sexta-feira. Era apenas uma das cinco mesquitas da cidade. E lá estavam o aspecto comunitário, social e político, impressionante ao extremo. Mas eu também estava deprimido. Porque eu sabia que não havia nenhuma igreja na cidade que atrairia 150 homens para rezarem. Porque eu sabia que não havia nenhuma organização política ou social na cidade capaz de fazer, nem de longe, algo parecido com o que eu acabara de presenciar. E isso em uma cidade onde apenas 2% da população é formada por muçulmanos. Dá para imaginar o poder que eles teriam em uma cidade ou bairro com 25% de muçulmanos?
"Não se trata tanto dos números, o governo não está acabado segundo as pesquisas de opinião. É a organização, coesão social, prosperidade e disciplina interna que traz o poder político, se assim for desejado. E o Islã quer exatamente isso. Um levantamento divulgado nesta semana mostrou que no Reino Unido, como um todo, o Islã terá 11% da população em algumas décadas".
3. Integração Muçulmana
Em 8 de abril o Tribunal da Coroa de Leicester condenou Jafar Adeli, requerente de asilo afegão a 27 meses de prisão após ele ter confessado se encontrar com "Amy", uma menina menor de idade após tê-la seduzido online. Adeli, 32, que é casado, marcou um encontro com a menina após seduzi-la com conversas de conteúdo sexual online e de enviar imagens obscenas dele próprio. Mas ele foi ludibriado por um grupo de voluntários à procura de pedófilos chamado Letzgo Hunting. "Amy" era de fato um dos voluntários chamado John, que se fez passar pela jovem menina.
Adeli, que entrou com um recurso para permanecer na Grã-Bretanha, foi sentenciado a 10 anos de restrição com base na lei de prevenção de crimes sexuais. O Juiz Philip Head afirmou: "você teve a intenção de ter relações sexuais plenas com alguém que você acreditava ter 14 anos de idade e você sabe que isso é um crime nesse país. Você estava seduzindo essa pessoa para ter relações sexuais".
Em 10 de abril, Abukar Jimale, pai de quatro filhos, 46 anos de idade, requerente de asilo no Reino Unido após ter fugido da devastada Somália, foi liberado depois de ter estuprado uma passageira enquanto dava voltas em Bristol em seu táxi. Muito embora Jimale tenha sido considerado culpado por estupro e ter obrigado a mulher a ter relações sexuais sem o consentimento dela, ele teve sua sentença de dois anos suspensa. O advogado de defesa disse que Jimale, que deixou a Somália em 2001 porque era perseguido, era um pai esforçado que perdeu o emprego e o bom nome em consequência desses crimes.
Em 13 de abril Mohammed Khubaib, natural do Paquistão pai de cinco filhos foi condenado por seduzir meninas com 12 anos de idade, ou mais, oferecendo comida, dinheiro, cigarros e bebidas alcoólicas. O empresário de 43 anos de idade, casado, que residia em Peterborough com sua esposa e filhos, se engraçava com garotas em seu restaurante para em seguida "dopá-las" com bebidas alcoólicas, normalmente vodka, para que "concordassem" com seus avanços sexuais.
Após o julgamento no Old Bailey (tribunal judicial geral de Londres), Khubaib foi considerado culpado por forçar uma menina de 14 anos a ter relações sexuais com ele, além de mais nove acusações por tráfico para fins de exploração sexual envolvendo meninas entre 12 e 15 anos de idade entre novembro de 2010 e janeiro de 2013.
Em 14 de abril, Mohammed Ali Sultan, 28, de Wellington, Telford, foi setenciado a cinco anos de prisão após ter sido considerado culpado de duas acusações de estupro e outra acusação de tentativa de estupro. A sentença vem se somar à outra de sete anos, após ele se declarar culpado de duas acusações por ter tido relações sexuais com uma criança e outra acusação de supervisionar a prostituição infantil em 2012.
Em 22 de abril, quatro muçulmanos foram acusados de crimes sexuais contra crianças em Rochdale. Hadi Jamel, 33, de Rochdale, Abid Khan, 38, de Liverpool, Mohammed Zahid, 54, de Rochdale e Raja Abid Khan, 38, de Rochdale, foram, cada um deles, acusados de terem tido relações sexuais com uma criança. As acusações estão relacionadas com supostos crimes contra uma menina que tinha menos de 16 anos de idade na época.
Essas acusações são as últimas depois que foi desencadeada a Operação Doublet, uma investigação realizada pela Major Incident Team da Polícia da Grande Manchester sobre as alegações de exploração sexual infantil em Rochdale. Em março de 2015, dez homens foram acusados de cometerem crimes sexuais, segundo consta, contra a menina além de seis outras.
Em 23 de abril, o Tribunal Eleitoral da Grã-Bretanha constatou que Lutfur Rahman, prefeito do bairro londrino de Tower Hamlets, era culpado de fraude eleitoral e foi obrigado a deixar o cargo imediatamente. Foi descoberto que Rahman, natural de Bangladesh e seus partidários fizeram uso de intimidação religiosa através de imãs locais, falsificação de votos e difamação racista de seu rival do Partido Trabalhista, para assegurar sua reeleição para o segundo mandato em 24 de maio de 2014.
Além do fato de Rahman ser proibido de se candidatar novamente a cargos públicos, também foi descoberto que ele desviava doações locais para a compra de votos. Ele foi sentenciado a pagar imediatamente os custos no valor de £250,000 (US$390.000) de uma conta que se estima chegar a £1 milhão.
Em 23 de abril, o Tribunal da Coroa de Birmingham sentenciou Imran Uddin, 25, um estudante da Universidade de Birmingham, a quatro anos de prisão por invadir o sistema de computadores da universidade com o intuito de melhorar suas notas. Uddin usou dispositivos para a prática de espionagem de teclado para roubar senhas do staff e em seguida aumentou suas notas de cinco exames. Segundo consta Uddin é o primeiro estudante britânico a ir para a prisão por trapacear.
Em 23 de abril, um júri do Tribunal da Coroa de Chester ficou sabendo como Masood Mansouri, 33, de Saltney, Flintshire teria sequestrado e estuprado uma mulher de 20 anos de idade, de Mochdre, perto de Colwyn Bay, após fingir ser motorista de táxi a uma mulher à procura de um táxi. O tribunal ficou sabendo que cinco dias depois, a mulher tomou uma overdose fatal. Mansouri negou todas as acusações.
Em 28 de abril, Aftab Ahmed, 44, de Winchcombe Place, Heaton, foi acusado de ameaçar decapitar David Robinson-Young, candidato do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP em inglês) em Newcastle East.
4. Muçulmanos e as Eleições Gerais Britânicas
Em 4 de abril, o Telegraph divulgou que um grupo de fachada de extremistas muçulmanos se vangloriava que iria agir como "determinante" na eleição geral de 7 de maio e que estava "negociando com a liderança dos Conservadores e dos Trabalhistas" para garantir suas exigências.
Segundo o jornal, o Desenvolvimento de Compromisso Muçulmano (MEND em inglês) criou articulações com ambos os partidos alegando promover o "engajamento democrático" dos muçulmanos. Contudo, o grupo era na realidade "uma fachada para obter influência e acesso político para indivíduos com enfoques antidemocráticos, preconceituosos e extremistas".
Em um evento do MEND em 3 de abril, um homem chamado Abu Eesa Niamatullah, que chamou os britânicos de "animais", preconizou que as mulheres não deviam trabalhar, atacou a democracia e disse que "o Criador era aquele que deveria decidir como as leis deveriam ser".
Enquanto isso, Ed Miliband, o candidato a primeiro-ministro do Partido Trabalhista prometeu proibir a "islamofobia" caso vencesse as eleições. Em uma entrevista para o The Muslim News, Miliband afirmou:
"faremos com que ela (islamofobia) seja considerada crime com agravante. Iremos garantir que conste da ficha policial como crime de intolerância para que a islamofobia seja arrancada pela raiz.
"Iremos mudar a lei em relação a essa questão para que fique bem clara a nossa aversão aos crimes de intolerância e islamofobia. Será a primeira vez que a polícia irá fichar ataques islamofóbicos em todo o país".
A iniciativa, que um observador chamou de "extremamente assustadora" por conta das implicações em relação à liberdade de expressão na Grã-Bretanha, é vista pela maioria como parte de um esforço de Miliband de angariar votos dos muçulmanos.
Anteriormente a Secretária do Interior Theresa May prometeu que se os Conservadores vencerem as eleições, todas as forças policiais na Inglaterra e no País de Gales teriam que registrar os crimes de intolerância contra muçulmanos em uma categoria separada, como já acontece com crimes de antissemitismo.
Em Derby, Gulzabeen Afsar, candidata muçulmana à câmara municipal, provocou indignação ao se referir a Ed Miliband como "o judeu", em comentários pronunciados em árabe.
Enquanto isso, o pregador islamista Anjem Choudary nascido na Grã-Bretanha desestimulou, ativamente, os muçulmanos a votarem. Em uma torrente de mensagens no Twitter usando a hashtag #StayMuslimDontVote, Choudary argumentou que votar é "pecado" contra o Islã porque Alá "é o único legislador". Ele também disse que os muçulmanos que votam ou concorrem a cargos públicos são "apóstatas".
Outros islamistas britânicos seguiram Choudary. Brilhantes pôsteres amarelos com os dizeres que a democracia "viola o direito de Alá" foram localizados em Cardiff, capital do País de Gales e em Leicester, como parte da campanha de movimento de base chamada #DontVote4ManMadeLaw.
Um desses pôsteres diz:
"democracia é um sistema por meio do qual o homem viola o direito de Alá e decide o que é permissível para a humanidade, baseado unicamente em seus caprichos e desejos.
"O Islã é a única e real solução prática para o Reino Unido. É um sistema de governança abrangente, onde as leis de Alá são implementadas e a justiça é respeitada".
Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter.