Um grande número de cidadãos da Turquia, membro da OTAN, vê Israel e os Estados Unidos como inimigos.
Um levantamento realizado recentemente na Turquia constatou que cerca da metade de seus cidadãos (42,6%) vê Israel como a maior ameaça à sua segurança, seguida pelos Estados Unidos (35,5%) e somente depois pela Síria (22,1%).
Como eles podem visualizar Israel, um país com o qual eles mantêm diversos acordos militares e comerciais, como uma ameaça à sua segurança? Será que eles acham que Israel irá algum dia invadir a Turquia? Bombardear a Turquia? Jogar uma bomba atômica sobre a Turquia? Essa maneira de ver as coisas parece ter como base uma paranóia induzida pela religião, causada pelo antissemitismo islâmico, ou então sua forma de entender a realidade foi distorcida, no melhor estilo nazista, pelos líderes e pela imprensa turca.
O problema é que o falso mito de Israel manter uma "ocupação" e ser "encrenqueiro" vem sendo doutrinado na maioria das mentes das crianças turcas desde os primeiros anos de vida. Praticamente todos nós, inclusive eu, crescemos com um preconceito extremo contra Israel. A cobertura antiética da imprensa sobre o conflito israelense/palestino, incluindo tanto a imprensa islamista quanto a kemalista (nacionalista secular), parece ser a razão número um do porquê das pessoas permanecerem tão mal informadas e com uma lavagem cerebral dessa magnitude sobre essa questão.
Apenas o nível do preconceito é que muda, conforme o que o jornal ou o canal de TV que você assiste divulga ou o ambiente familiar. O antissemitismo islâmico, ainda que não estejamos cônscios da sua existência, tem muito a ver com esse tipo de criação.
Uma breve apreciação dos jornais e canais de TV turcos também mostrará, de forma contundente, a contínua propaganda de ódio contra Israel.
Nenhum outro país ou organização tem sido demonizado e deslegitimado pela imprensa turca nessa proporção.
Infelizmente, até a mídia que se autodenomina "progressista" aceita e reproduz a propaganda de que Israel é o "invasor" e o "opressor". Um de seus mais repetidos slogans é "nós não somos antissemitas, só antissionistas".
O sionismo defende o conceito de que judeus, como qualquer outro povo, tem direito de usufruir dos direitos humanos e tem o direito de viver em sua legítima terra natal bíblica. Embora tenham sido expulsos de sua terra diversas vezes, como por exemplo, pelos babilônios ou pelos romanos, eles nunca a deixaram inteiramente.
Se a procura dos judeus por igualdade e independência incomoda fulano ou beltrano é devido ao seu próprio racismo, seja lá o eufemismo que ele adotar, e não por causa de alguma coisa que os judeus supostamente tenham feito. Não é só o antissemitismo, mas também o antissionismo que é racista e abominável.
Todos aqueles que aparecerem com a genial ideia de "não serem antissemitas, mas só antissionistas" devem também apresentar suas opiniões de como seria o estado judeu que eles gostariam de ver ou se gostariam de sequer ver um estado judeu. Se eles se opõem ao sistema político de Israel, então eles devem esclarecer de que maneira seria melhor o sistema alternativo deles do que o atual, e o que eles fariam para convencer o Hamas e a Autoridade Palestina para alcançarem uma coexistência pacífica com Israel.
Eles também deveriam esclarecer por qual razão estão tão obcecados com Israel, que possui o sistema político mais democrático do Oriente Médio, embora haja regimes déspotas, autocráticos, teocráticos espalhados pela região.
Eles poderiam também gentilmente explicar o que faz com que a "Palestina democrática" não-existente, imaginária, seja melhor do que o já existente, próspero e democrático Estado de Israel.
A Fatah de Mahmoud Abbas não é, basicamente, melhor do que o Hamas, apenas às vezes menos violenta. A Autoridade Palestina (AP), conforme consta em sua carta e em seus "planos escalonados", prefere desalojar Israel diplomaticamente, através das Nações Unidas, controladas por ditaduras e por governos europeus, economicamente por meio de boicotes e sanções, do que com mísseis.
Agora que tantos judeus estão em um só lugar, os progressistas podem fingir para eles mesmos que é "só Israel" e não "todos os judeus" que são o objeto de seu ódio. Segundo as palavras do ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani, Israel, ligeiramente maior do que a cidade de Pequim, é um "país onde basta uma bomba".
A imagem que a imprensa progressista faz de Israel como "ocupador" só faz aumentar os desejos genocidas desses grupos ou regimes anti-humanitários. Eles jamais se lembram da ocupação do norte de Chipre pela Turquia, a ocupação do Tibete pela China ou a ocupação da Caxemira pelo Paquistão, isso sem falar das recentes e gritantes ocupações da Rússia.
Nos últimos 2000 anos os judeus sofreram intermináveis perseguições acompanhadas de expulsões, conversões forçadas, ataques de turbas, pogroms, confisco de propriedades, massacres e o Holocausto entre 1938 e 1945. Ataques contra judeus continuam na Europa nos dias de hoje.
Depois que os judeus foram expulsos de seu lar bíblico para a Diáspora, suas vidas viraram um tormento por séculos a fio. Quando no exílio na Europa, eram descartáveis. Agora que estão de volta em casa em Israel, são "ocupadores" e novamente indesejados.
Durante o regime nazista os judeus eram "ilegais", "massacrados em larga escala", torturados com falsas "experiências médicas", sequer eram considerados seres humanos.
Para por um fim em sua história de 2000 anos de sofrimento e finalmente serem livres, os judeus voltaram para sua casa, Israel.
Eles trouxeram sua luz de volta para a sua terra natal e apresentaram dádivas para os povos do Oriente Médio que nenhuma outra nação daquela região tinha experimentado: democracia, tolerância, liberdade de expressão, direitos humanos, bem como inúmeras inovações médicas e tecnológicas. Esse pequeníssimo país frutificou algumas das mentes mais brilhantes da história e se tornou a segunda nação mais educada da face da terra.
O que eles realmente fizeram foi construir uma sociedade verdadeiramente aberta e produtiva sobre dunas de areia e deserto, onde até cidadãos muçulmanos, que somam 20% da população de Israel, têm a liberdade de dizer as coisas mais horrendas sobre qualquer um, inclusive o primeiro-ministro, e dizem mesmo. Em suma, mesmo os muçulmanos em Israel usufruem de privilégios que qualquer outro país da região os encarcerariam.
Os vizinhos de Israel, contudo, não demonstraram muito apreço por essas admiráveis qualidades, só mais inveja e ódio.
Como agradecimento aos infindáveis benefícios que os israelenses vêm trazendo para a região e para o mundo, eles são difamados pelos blocos politicamente motivados que odeiam judeus, antissemitas, antissionistas, nos países árabes, Turquia, Europa e Nações Unidas, que sem a menor sombra de dúvida querem destruí-los, sob um pretexto ou outro.
As casas e apartamentos que os israelenses constroem em sua histórica terra natal são chamados de "assentamentos ilegais". No entanto, não havia nenhum "assentamento" antes de 1967. O que então os israelenses estavam hipoteticamente "ocupando" entre 1948 e 1967? Por que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estava mesmo tentando destruir Israel? O que ela achava que estava "libertando"?
Esse mito de "ocupação" parece sim, ter muito a ver com a "islamização" da história e geografia.
De acordo com a ideologia islâmica, toda a história é na realidade história islâmica e a maioria das figuras mais importantes da história foi na verdade muçulmana. O Islã não reconhece nenhuma outra religião como genuína ou legítima.
Desde a criação do mundo, segundo eles, houve somente uma religião: Islã! As outras são irrelevantes, inventadas por aqueles que vieram depois, mas que engendraram pelo mau caminho. Todos os nossos professores de religião nos ensinaram que os primeiros profetas (Issa Jesus), Musa (Moisés), Davut (Davi) e assim por diante eram muçulmanos e que as primeiras religiões que eles outorgaram eram islâmicas. Esses profetas, conforme nos é passado, pregavam os ensinamentos de Alá, mas seus seguidores, que vieram depois, distorceram suas mensagens, alteraram os escritos em seus livros sagrados e inventaram essas religiões falsas, mentirosas, chamadas judaísmo e cristianismo. Então o Islã veio como a última, a perfeita e a única verdadeira e imutável eterna palavra de Alá, que levou à vinda de Maomé para esse mundo como o "libertador".
Se alguém disser "há um lugar relacionado ao Rei Davi e é lugar judaico", então os muçulmanos dirão "certo, mas Davi também era muçulmano. De modo que esse lugar também pertence aos muçulmanos".
A islamização da história leva à islamização da geografia. Todas aquelas figuras eram muçulmanas, portanto as regiões em que elas residiam também eram regiões muçulmanas. Assim sendo, os muçulmanos nunca chamam suas invasões de "invasões". Eles as consideram libertações de antigas regiões muçulmanas. Nunca há uma invasão islâmica, há somente uma libertação islâmica.
Essa visão é a visão que está por trás do recente chamamento do Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan para a "Libertação de Jerusalém" das mãos dos judeus. "Conquista é Meca", disse Erdogan em um discurso em 1º de junho em Istambul, diante de milhões de pessoas que comemoravam o 562º aniversário da queda de Constantinopla. "Conquista é Saladino", segundo ele, "é hastear a bandeira islâmica novamente em Jerusalém, conquista é a herança de Mehmed II e conquista significa colocar a Turquia em pé outra vez".
Erdogan está conclamando uma invasão de Jerusalém, o que basicamente significa um chamamento para morte e destruição. Ele se manifestava dessa forma antes das eleições, porque sabia que essas explosões antissemitas provavelmente aumentariam os votos do partido AKP.
O grande problema é que essa declaração foi feita pelo presidente de um país membro da OTAN.
Por que um turco ou um muçulmano iria querer "libertar" Jerusalém? Para transformá-lo em mais um país muçulmano onde a discriminação e perseguição de minorias e todas as formas de violações de direitos humanos correm soltas? A Turquia não trata nem suas próprias minorias com respeito, discriminando-as diariamente, como por exemplo, não dando aos curdos nem o direito de aprenderem seu idioma nativo. Com qual propósito ou com base em quais direitos as autoridades turcas querem governar sobre Jerusalém?
Será que eles querem massacrar os judeus assim como massacraram os cristãos em 1915, o que ainda negam até os dias de hoje? Será que eles querem proibir o idioma hebraico assim como proibiram o idioma curdo na Turquia? Será que eles querem estuprar mulheres judias assim como estupraram mulheres curdas e greco-cipriotas durante as campanhas de limpeza étnica? Será que querem transformar as sinagogas e igrejas de Israel em estábulos assim como fizeram na Turquia? Ou será que eles querem transformar as prisões israelenses em centros de tortura assim como fizeram com o Curdistão turco? O que de tão extraordinário as autoridades turcas dariam a Jerusalém se elas pudessem capturá-la?
Essa gente precisa entender e aceitar o fato de que o Império Otomano está morto e que nenhuma de suas ex-colônias o quer de volta.
Esta não é a primeira vez que o antissemitismo é promovido por uma autoridade de estado da Turquia. O antissemitismo tem uma história muito longa na Turquia. Uns dos crimes mais terríveis cometidos contra os judeus da Turquia ocorreu durante o pogrom de 1934, quando cerca de 15.000 judeus da Trácia foram expulsos de suas casas. Durante o pogrom, os judeus foram boicotados e atacados, tiveram suas propriedades saqueadas e incendiadas além das mulheres terem sido estupradas.
Pouco antes da irrupção do pogrom de 1934, Ibrahim Tali Ongoren, inspetor geral da Trácia (a autoridade máxima da região), realizou uma visita de quatro semanas para inspecionar a província. De acordo com o relatório de Tali Ongoren "o judeu da Trácia é tão moralmente corrupto e sem caráter a ponto de saltar aos olhos imediatamente". O judeu, segundo ele, tem "um caráter bajulador, desonesto, que esconde suas intenções secretas, sempre aplaude o poderoso, adora o ouro e não se interessa em amar a pátria".
"Os judeus representam um perigo secreto e provavelmente querem estabelecer um núcleo comunista em nosso país através do sindicato dos trabalhadores, sendo portanto uma necessidade indispensável para a vida turca, economia turca, segurança turca, regime turco e revolução na Trácia e para a Trácia turca poder se recuperar, finalmente resolver o problema (judaico) da forma mais radical possível". [1]
De acordo com o historiador Corry Guttstadt, muito embora o relatório de 90 páginas elaborado por Ongoren para o governo e para o governante do Partido Republicano Popular (CHP) continha uma ampla gama de tópicos, ele parecia "completamente obcecado com o problema judeu, que aparece em praticamente todos os capítulos".
"O relatório de Tali" explica Guttstadt "está rodeado com os piores estereótipos do antissemitismo. Isso contradiz não apenas a asserção do governo de que o antissemitismo na Turquia era tão somente um fenômeno marginal (Tali era a autoridade do mais alto escalão da república da região), mas também deve ser considerado como prova de que a expulsão dos judeus da Trácia e dos Dardanelos estava de acordo com as diretrizes do estado, exatamente segundo relatos de diplomatas estrangeiros.
"Os direitos das minorias não-muçulmanas eram protegidos pelo Tratado de Lausanne, pelo menos no papel. Para contornar esses obstáculos legais, as autoridades turcas ao que tudo indica, optaram pela estratégia de colocarem os judeus debaixo de uma pressão tal com boicotes e ameaças anônimas da população turca que eles teriam que deixar a região voluntariamente.
"O período que se seguiu foi caracterizado por mais tentativas de boicote e intimidação em Edirne e até mesmo em Istambul".[2]
Na época em que esses crimes estavam sendo cometidos contra os judeus, não havia nenhum estado judeu em Israel. Mas o ódio contra os judeus era claramente desenfreado.
Os principais criminosos a serem responsabilizados pelo antissemitismo na Turquia são as autoridades do estado turco. Um estado que é candidato a ingressar na União Européia, bem como membro da OTAN, deveria ser um verdadeiro aliado do Ocidente. Esse estado deveria combater o antissemitismo e promover uma cultura pró-ocidental, diversificada e pacífica. Esse estado deveria proporcionar aos alunos nas escolas um tipo de formação na qual as crianças teriam que se livrar do tradicional ódio aos judeus e demais tipos de racismo, abraçar pelo menos alguns valores humanitários que os ajudariam a reconhecer todos os povos como iguais, dignos de respeito.
Lamentavelmente a Turquia não fez nada disso. Ela efetuou um número recorde de acordos militares e comerciais com o Estado de Israel, mas em casa propagou sistematicamente o antissemitismo e o racismo, bem como a supremacia turco/islâmica, por meio das suas instituições e imprensa. Em consequência dessa propaganda, um grande número de turcos veem Israel e os EUA como as maiores ameaças da atualidade.
Na Turquia ser ocidentalizado tem se restringido aos benefícios das inovações técnicas e materiais do Ocidente, e à rejeição dos valores sociais do Ocidente na premissa de que esses valores não se encaixam na cultura turca. Mais desconcertante ainda, ser politicamente e socialmente pró-Ocidente é praticamente ser um "traidor".
"Israel quer a paz. Ponto final", explica o jornalista Israel Kasnett. "O povo judeu nunca quis dominar ninguém e isso continua sendo verdade hoje. Como se isso não bastasse, nós somos ohev shalom (amantes da paz), e também somos rodef shalom (ativos na busca da paz)".
Prestem atenção! Será que os turcos estão? Muitos pelo jeito, não.
Por todo o mundo, em muitas regiões, há banhos de sangue e perseguição de seres humanos, porém, somente Israel, a única democracia no Oriente Médio, que é discriminada e visada por se defender e acusada de "ocupação".
Para muitos aqui na Turquia, o problema não parece ser se Israel quer a paz ou se Israel é uma democracia ou se os árabes palestinos estão realmente sofrendo, ou porque. Se eles realmente se importassem com os árabes palestinos, eles fariam o máximo para acabarem com os assassinatos e o incitamento e ajudariam na busca para alcançar uma paz sustentável onde tanto árabes quanto judeus pudessem viver em segurança.
Mas eles realmente não se importam com os palestinos. Eles não querem a paz. Eles não querem a "solução de dois estados". Eles querem ver os judeus mortos. E eles não dão a mínima quanto ao número de árabes que perderão a vida nesse ínterim.
Mas há uma coisa sobre a qual parece não estarem cientes: seu ódio genocida aos judeus, nunca poderá tirar de Israel o direito de se defender. Ele pode apenas conferir poderes e legitimar ainda mais esse direito.
Uzay Bulut, nascida e criada como muçulmana, é uma jornalista turca estabelecida em Ancara, Turquia.
[1] Guttstadt, Corry (2013). Turkey, the Jews, and the Holocaust. Cambridge University Press. Mais difamações: "embora os judeus tenham passado por uma seleção natural em consequência da constante mistura de diferentes tipos de sangue no século passado e praticamente perdido as características físicas específicas aos judeus, eles retiveram por completo o caráter bajulador, desonesto, tipicamente judeu, que esconde suas intenções secretas, sempre aplaudem o poderoso, adoram o ouro e não se interessam em amar a pátria, além de terem desenvolvido mais ainda esses traços nocivos que poderiam infligir tormenta na humanidade.
"No sistema de valores judaico não há lugar para honra e dignidade. Os judeus da Trácia devem sua ascensão aos efeitos destrutivos das guerras sobre a população turca, é dessa maneira que os judeus ficaram ricos e por meio da sedução conseguiram sua influência.
"Os judeus da Trácia querem fazer da Trácia o equivalente da Palestina. Para o desenvolvimento da Trácia, é de extrema urgência que a esse elemento (os judeus), cujas mãos estão cavando a procura de todas as riquezas da Trácia, não seja permitido continuar sugando o sangue dos turcos. Ao estabelecermos novas instalações militares... devemos manter totalmente secretas nossas atividades administravas e militares em relação a esse elemento (os judeus).
"Acima de tudo, é essencial que esse elemento (os judeus) seja neutralizado cem por cento de modo que não possa se envolver em espionagem".
[2] Guttstadt, Corry (2013). Turkey, the Jews, and the Holocaust. Cambridge University Press.
"À luz do exposto, não parece ser nenhuma coincidência que o próprio Tali tenha visitado toda a região até uma semana antes da erupção dos eventos e depois tenha permanecido em Ancara durante os boicotes e as ameaças. Ao que tudo indica perdeu-se o controle das operações localmente, com a turba nacionalista assumindo o comando em algumas regiões, realizando saques e atos de violência.
"Depois que as reportagens sobre os tumultos chegaram ao público internacional, o governo foi forçado a condenar tanto os eventos quanto o antissemitismo em geral. No final, contudo, o episódio atingiu, quase que em sua totalidade, o objetivo desejado e praticamente resolveu o problema judeu na Trácia como queria Tali."