De acordo com o último Relatório sobre a Segurança Nacional, publicado pelo Conselho Nacional Sueco de Prevenção ao Crime, quatro em cada dez mulheres têm medo de sair de casa– despreocupadamente. Segundo um relatório da Anistia Internacional "em um estudo de 2017, 1,4% da população declarou ter sido estuprada ou abusada sexualmente, correspondendo a cerca de 112 mil pessoas." (Imagem: iStock) |
Na pitoresca cidade universitária sueca de Uppsala, 80% das meninas não se sentem seguras no centro da cidade. Uma adolescente de 14 anos, que tem medo de revelar sua identidade, disse à mídia sueca que sempre usa tênis para "correr mais depressa" se for atacada:
"Eu sentei em um banco e imediatamente os caras vieram e se sentaram ao meu lado em ambos os lados. Logo outros vieram e ficaram na minha frente. Eles começaram a pegar meu cabelo e apalpar minhas pernas e disseram coisas que eu não entendia. Fiquei extremamente assustada e de nada adiantou eu ter dito a eles inúmeras vezes para que parassem com isso ... É horripilante. Isso está tão errado. Eu quero ter condições de me sentir segura ", de pegar o ônibus para ir para casa disse ela.
Um recente levantamento realizado na região de Uppsala mostra que apenas 19% das meninas que frequentam as escolas de ensino médio se sentem seguras no centro da cidade de Uppsala. Em 2013, a porcentagem era de 45%. Os homens e meninos de gangues que se envolvem em assédio sexual de meninas suecas em Uppsala são via de regra migrantes recém-chegados.
Em resposta, os funcionários do alto escalão de Uppsala aparentemente disseram à imprensa sueca: "normalmente recomendamos às meninas que se sentem inseguras a pensarem sobre o que elas precisam fazer para se sentirem seguras, como por exemplo, não andarem sozinhas, darem um jeito de alguém as buscar e qualquer outra medida que possa reduzir o sentimento de insegurança". Em outras palavras, as autoridades estão jogando a responsabilidade de lidar com esse grave problema de segurança nas costas das próprias meninas.
As meninas amedrontadas de Uppsala são apenas uma fração do problema. De acordo com o último Relatório sobre a Segurança Nacional, publicado pelo Conselho Nacional Sueco de Prevenção ao Crime (Brottsförebyggande Rådet ou Brå), quatro em cada dez mulheres têm medo de sair de casa despreocupadamente. "Cerca de um quarto da população escolhe caminhos diferentes ou outro meio de transporte em consequência da ansiedade em relação à criminalidade... Entre mulheres de 20 a 24 anos, 42% responderam que muitas vezes optam por outro caminho ou outro meio de transporte, porque se sentem inseguras e preocupadas com a possibilidade de serem vítimas da criminalidade. A proporção de homens da mesma faixa etária que sentem a mesma insegurança é de 16%..." de acordo com o Brå.
Mesmo assim, o governo está cortando verbas da polícia. O novo orçamento da primavera do governo, reduz em 232 milhões de coroas suecas (US$24,5 milhões) os recursos da polícia. "As propostas do orçamento da primavera terão consequências no desempenho da polícia, mas os efeitos que elas terão ainda não são passíveis de avaliação no momento. Analisaremos agora como iremos lidar com as novas condições econômicas", salientou a polícia em resposta à proposta aos custos orçamentários. O chefe de polícia Anders Thornberg não poupou críticas aos cortes.
Do jeito que está, a polícia já está patinando nas funções porque não têm condições de executá-las adequadamente, como esclarecer casos de estupro. O recente relatório da Anistia Internacional, "Hora de Mudar: Justiça para sobreviventes de estupro nos países nórdicos", publicado em abril, faz duras críticas à Suécia por ela não lidar adequadamente com os casos de estupro. Segundo o relatório da Anistia, as investigações de estupro não são priorizadas, há "demora excessiva para a emissão de resultados das análises de DNA", entre outras coisas. Não há apoio suficiente para as vítimas de estupro e não há gestão satisfatória para fins preventivos.
O relatório da Anistia sustenta:
"Em 2017, foi dada a entrada de 5.236 registros de estupro envolvendo pessoas de 15 anos ou mais: 95% das vítimas eram mulheres ou meninas. As estatísticas preliminares de 2018 mostram que houve 5.593 denúncias de estupro, das quais 96% das vítimas eram mulheres ou meninas. No entanto, o fato de não haver registro de inúmeros casos de estupro e outros crimes sexuais significa que esses dados não dão um quadro realista da dimensão do problema. Em um estudo de 2017, 1,4% da população declarou ter sido estuprada ou abusada sexualmente, correspondendo a cerca de 112 mil pessoas. A esmagadora maioria das vítimas de estupro jamais fará um boletim de ocorrência denunciando o crime à polícia. Das que prestam queixa, pouquíssimas veem seus casos chegarem aos tribunais. Em 2017, foram iniciados 11% dos casos envolvendo crianças entre 15 e 17 anos e 6% dos casos envolvendo adultos".
Os crimes sexuais não são os únicos crimes que as autoridades suecas se veem incapazes de enfrentar adequadamente. Em 2018, a Suécia apresentou um número recorde de tiroteios que deixaram um rastro de mortes; 45 pessoas foram mortas nesses tiroteios ao redor do país. A maioria dos tiroteios ocorreu na região de Estocolmo e a maioria das mortes ocorreu na Região Sul, onde está localizada a cidade de Malmö. "É um patamar assustadoramente elevado", ressaltou o comissário de polícia de Estocolmo, Gunnar Appelgren. Anteriormente, o recorde foi o ano de 2017 com 43 pessoas mortas a tiros. O cômputo geral de tiroteios registrados, no entanto, caiu ligeiramente: de 324 em 2017 para 306 em 2018. O total de feridos também diminuiu ligeiramente: 135 em 2018, em comparação com 139 em 2017.
Segundo a polícia, muitos dos tiroteios estão ligados a conflitos entre criminosos e as assim chamadas "áreas vulneráveis" (utsatta områden, mais conhecidas como "zonas proibidas" ou terra sem lei). Nos primeiros seis meses de 2018, segundo a polícia, praticamente um a cada dois tiroteios ocorreu em uma "área vulnerável". O relatório da polícia sueca de 2017 "Utsatta områden 2017" (" Áreas Vulneráveis 2017 ") mostrou que existem 61 dessas áreas na Suécia. Elas abrangem 200 redes criminosas, compostas por cerca de 5 mil criminosos. Vinte e três dessas áreas eram consideradas especialmente críticas: crianças de apenas 10 anos estiveram envolvidas em crimes graves, incluindo crimes envolvendo armas e drogas. A maioria dos habitantes eram imigrantes não ocidentais, lamentavelmente em sua maioria, muçulmanos.
Para piorar ainda mais as coisas, parece que a ministra das Relações Exteriores, Margot Wallström, planeja trazer de volta filhos de suecos dos terroristas do Estado Islâmico (ISIS) que estão em campos de refugiados na Síria. "É uma situação complexa e é por isso que está levando tempo para desenvolver uma política e uma mensagem clara, mas estamos trabalhando nisso todos os dias. Não suporto ver crianças nessas péssimas condições", realçou ela recentemente. Em um post no Facebook de 12 de abril, Wallström escreveu:
"O governo já está trabalhando em um esforço concentrado para garantir que as crianças que têm ligações com a Suécia e que estão na Síria recebam a ajuda de que precisam. Não deveria haver nenhuma dúvida de que o governo não mede esforços para ajudar essas crianças e, se possível, elas deveriam ser trazidas para a Suécia. Cada caso deve ser tratado individualmente. As crianças se encontram em situações das mais diversas, algumas talvez órfãs, outras com os pais presos por atos cometidos em nome do ISIS. A identificação de suecos que podem ter nascido na Síria ou no Iraque é difícil. No maior campo de refugiados há cerca de 76 mil pessoas. Estamos em contato com a Cruz Vermelha Internacional nos campos, é da maior importância que a situação das crianças seja tratada com segurança jurídica e no intuito de assegurar o bem estar das crianças. Organismos internacionais, autoridades suecas e municípios suecos que têm condições de acolher as crianças, devem cooperar..."
Lamentavelmente, o destino dantesco das crianças yazidis escravizadas, parece não ser algo que Wallström "não consegue suportar".
Além disso, 41 dos 290 municípios suecos poderão ser forçados, se é que já não estão sendo forçados, a acomodarem terroristas do ISIS que retornarão em um futuro próximo, de acordo com uma recente reportagem da rede SVT Nyheter. Os terroristas do ISIS ainda se encontram na Síria ou já estão a caminho da Suécia. Para "preparar" os municípios, o Centro Sueco Contra o Extremismo Violento os convidou a um "dia de conhecimento" a ser realizado em 24 de abril, sobre os que retornam do ISIS. O objetivo é o de "dar apoio aos municípios que receberam ou receberão crianças e adultos de regiões anteriormente controladas pelo Estado Islâmico". Os municípios são aqueles nos quais os terroristas do ISIS viviam antes de serem recrutados pelo ISIS.
No total, espera-se que 150 membros do sexo masculino e feminino do ISIS regressem à Suécia, bem como 80 filhos que viajam com os pais.
Segundo o primeiro-ministro Stefan Löfven, terroristas do ISIS que estão voltando têm o "direito", como cidadãos suecos, a retornarem à Suécia. Löfven argumenta que seria contra a constituição sueca privá-los de sua cidadania, mas que aqueles que cometeram crimes serão processados. O especialista sueco em terrorismo, Magnus Ranstorp, alertou a Suécia sobre aceitar a volta não só de terroristas do ISIS, como também das esposas e filhos, que, segundo ele, também representam um risco para a segurança:
"As mulheres não são vítimas inocentes, também há um grande grupo de crianças do ISIS... A partir dos oito ou nove anos de idade, elas foram enviadas para campos de doutrinação onde aprenderam técnicas de combate corpo a corpo, bem como manejar armas. Algumas aprenderam a matar... suas identidades estarão para sempre ligadas ao tempo que estiveram com o ISIS e ao fato delas terem um pai ou uma mãe do ISIS".
Pelo andar da carruagem, a Suécia pretende importar mais problemas ainda.
, também é Ilustre Colaboradora Sênior do Gatestone Institute.