Após intensa pressão do mundo muçulmano e da comunidade internacional, Israel retirou todos os detectores de metais e infraestruturas de câmeras de vigilância do Monte do Templo em Jerusalém, local da Mesquita de Al-Aqsa.
Provavelmente para ofuscar a razão pela qual os detectores de metais foram realmente instalados: um ataque terrorista desferido em 14 de julho, no qual três cidadãos árabes israelenses assassinaram dois policiais drusos israelenses com armas que eles haviam escondido no interior da mesquita. A Autoridade Palestina (AP) pediu aos muçulmanos para que boicotem o Monte do Templo e lancem o "Dia da Ira" contra o estado judeu.
Os palestinos, alegando que os detectores de metais eram uma "profanação" da mesquita - que se encontra, na realidade no lugar mais sagrado do judaísmo e também é o terceiro lugar mais sagrado do Islã - entraram em violentos confrontos com as forças de segurança israelenses. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, fez duras críticas a Israel e conclamou os muçulmanos a "protegerem" Jerusalém.
Palestinos perto da Cidade Velha de Jerusalém protestam contra a instalação de detectores de metais por Israel nas entradas do Monte do Templo, a despeito dos detectores de metais já terem sido removidos dias antes, em 28 de julho de 2017. (Foto Ilia Yefimovich/Getty Images) |
Um adolescente palestino postou no Facebook sua intenção de se tornar "mártir", antes de entrar na casa de uma família judia na Cisjordânia e massacrar três de seus membros. Enquanto este terrorista estava sendo tratado em um hospital israelense, a Autoridade Palestina celebrou seu ato e deu início aos procedimentos segundo os quais ele receberá um salário de mais de US$3.000 por mês pela tentativa de se tornar "mártir" por intermédio do assassinato de judeus.
Na sequência, em 23 de julho, um terrorista na Jordânia - país que tem a custódia do sítio religioso do Monte do Templo através da Waqf islâmica - atacou um agente de segurança israelense no complexo da embaixada de Israel em Amã. Em ato de legítima defesa, o oficial disparou sua arma e o matou, atingindo outro jordano em meio ao fogo cruzado. Em um acordo entre Israel e as autoridades jordanianas, o guarda e demais funcionários da embaixada foram liberados, ao que tudo indica, em troca da promessa de que os detectores de metais seriam removidos da entrada do Monte do Templo.
Os detectores de metais, no entanto, não tinham nada a ver com o verdadeiro motivo do clima de ebulição - encorajado pela facção Fatah do presidente palestino Mahmoud Abbas e pela organização terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza - apesar do fato da instalação ter sido motivado devido ao ataque cometido por muçulmanos israelenses contra drusos israelenses. Na realidade, as medidas de segurança tomadas por Israel tinham como objetivo proteger a todos que entrassem no lugar sagrado - onde somente muçulmanos têm permissão para orar, ao passo que cristãos e judeus podem visitar o local unicamente sob rigorosa vigilância.
A prova de que a violência não foi provocada por medidas que visavam efetivamente impedir que terroristas infiltrassem armas letais no Monte do Templo reside no fato de que os detectores de metais são lugar comum nas mesquitas mais importantes do Oriente Médio, mais de 5.000 câmeras de vigilância (além de 100.000 agentes de segurança) monitoram os peregrinos que se dirigem para Meca na Arábia Saudita durante o Haj anual. Fora isso, todos que visitam o Muro das Lamentações em Jerusalém, outro lugar sagrado judaico, são obrigados a passar por detectores de metais antes de entrarem no sítio - a medida é tida como líquida e certa.
A continuidade da incitação contra os israelenses - desta vez usando o pretexto dos detectores de metais como desculpa para afirmar que o estado judeu está tentando mudar o "status quo" do Monte do Templo - não só desgraça o Islã, fere os palestinos que o mundo diz defender.
Está na hora da comunidade internacional reconhecer isso e impedir que as portas fiquem abertas para que os radicais usem o povo palestino como peões para que atinjam seu objetivo maior, transparente a todos, incluindo a todos os muçulmanos: varrer Israel do mapa através da deslegitimação.
Khadija Khan é jornalista e comentarista paquistanesa, atualmente radicada na Alemanha.