A Administração Biden retomou a campanha para relançar as negociações de paz entre Israel e os palestinos.
Em 19 de junho, a Subsecretária de Estado para Assuntos do Oriente Médio dos EUA, Barbara Leaf, chegou em Ramala, a capital de fato da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e se encontrou com Hussein al-Sheikh, alto funcionário palestino que atua como secretário-geral do Comitê Executivo da OLP.
"Barbara manifestou a preocupação da administração americana com a situação da segurança (na Cisjordânia), falou sobre os esforços dos EUA e os intensos contatos que estão sendo conduzidos para acalmar a situação, e exortou os dois lados a voltarem à mesa de negociações", salientou al-Sheikh após a reunião.
Na véspera da chegada de Leaf a Ramala, no entanto, a maioria dos palestinos novamente mostrou a imenso favoritismo pelo terrorismo contra Israel e contra os judeus. Eles também manifestaram oposição à ideia de uma "solução de dois estados", frequentemente sugerida pela Administração Biden.
As opiniões dos palestinos foram divulgadas em uma pesquisa de opinião pública conduzida pelo Centro Palestino de Opinião Pública Palestino (PSR), com sede em Ramala, no dia do 75º aniversário da "Nakba" ("Catástrofe", termo usado pelos palestinos para definir o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, quando os exércitos árabes iniciaram, e perderam, uma guerra para impedir que os judeus tivessem seu próprio país).
Os resultados da pesquisa, realizada entre 7 e 11 de junho, mostram que a Administração Biden e todos aqueles que continuam teimando sobre a retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos vivem iludidos. Os resultados do levantamento indicam que a maioria dos palestinos está mais interessada em matar judeus do que em fazer a paz com eles. Os resultados também mostram que a maioria dos palestinos quer que o sucessor de seu atual líder, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, esteja vinculado ao terrorismo.
Segundo o levantamento, a maior porcentagem de palestinos (24%) acreditam que a ascensão de grupos terroristas islamistas extremistas como o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina (PIJ) foi "a coisa mais positiva ou a melhor que aconteceu ao povo palestino desde o Nakba." Outros 21% disseram que a erupção dos dois levantes palestinos, as intifadas, em 1987 e 2000, durante os quais mais de mil judeus foram assassinados e outros milhares ficaram feridos em ataques terroristas, foi a coisa mais positiva que aconteceu ao povo palestino desde 1948. E 9% disseram que foi o estabelecimento do Fatah e o lançamento da "luta armada". Isso significa que a maioria dos palestinos vê os grupos terroristas e o assassinato de judeus, não a construção de escolas e hospitais, como a sua maior realização nas últimas sete décadas.
Mais da metade dos palestinos, segundo a pesquisa, prefere a "luta armada" (terrorismo) contra Israel à negociação.
O apoio da população palestina a vários grupos terroristas que operam na Cisjordânia e na Faixa de Gaza não causa espécie. Ao que tudo indica, a única coisa que chateia a população palestina é a possibilidade das forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina de Mahmoud Abbas ir atrás dos grupos terroristas.
Mais de 71% dos palestinos disseram ser a favor da formação de grupos armados como o Lions' Den e o Batalhão Jenin, conforme os resultados da pesquisa. Vale a pena frisar que esses grupos armados participaram de um grande número de ataques terroristas contra soldados e civis israelenses no ano passado. O Lion's Den, com sede em Nablus e o Batalhão Jenin, com sede no Campo de Refugiados de Jenin, transformaram as partes do norte da Cisjordânia em uma incubadeira do terrorismo. Os terroristas armados desses grupos são corriqueiramente saudados pelos palestinos como heróis e mártires.
A adoração de heróis é aparentemente o motivo pelo qual 80% dos palestinos dizem ser contra a rendição de membros de grupos armados e a entrega de suas armas à ANP. Os palestinos querem que os milicianos permaneçam nas ruas e continuem seus ataques terroristas contra os judeus. A esmagadora maioria (86%) diz que a ANP não tem o direito de prender membros desses grupos terroristas com o objetivo de impedi-los de realizar ataques contra Israel. Essa postura aparenta ser uma das razões pelas quais Abbas reluta em ordenar que suas forças de segurança reprimam esses grupos terroristas e confisquem suas armas. Indubitavelmente Abbas sabe muito bem do amplo apoio que os terroristas desfrutam entre o povo palestino. Ele indubitavelmente sabe que se tomar uma atitude contra os terroristas, será condenado por seu povo como traidor e colaborador de Israel. Abbas e a Autoridade Nacional Palestina já estão enfrentando pesadas críticas por conduzir a coordenação de segurança com as forças de segurança israelenses na Cisjordânia.
No início do corrente ano, Christiane Amanpour da CNN afirmou na televisão que "as últimas pesquisas de opinião realizadas no lado palestino também mostram que eles querem uma solução pacífica de dois estados". A última enquete, bem como as anteriores, mostram que Amanpour mentiu aos telespectadores.
De acordo com o último levantamento do PSR, o apoio à ideia de "solução de dois estados" é de 28% e a oposição é de 70%. Uma pesquisa realizada pelo mesmo instituto três meses antes revelou que o apoio à "solução de dois estados" era de apenas 27%, e a oposição a ela 71%.
Quanto à escolha de seus líderes, os palestinos novamente mostraram que preferem um candidato que assassinou judeus e que quer destruir Israel a qualquer um que aparenta ser excessivamente moderado em relação a Israel. Os resultados do levantamento revelaram que Marwan Barghouti e Ismail Haniyeh têm mais prestígio do que Abbas de 87 anos e o derrotariam se as eleições presidenciais da ANP fossem realizadas hoje. Por que isso? Barghouti, líder da facção Fatah ora no poder, cumpre cinco penas de prisão perpétua por seu papel em uma série de ataques terroristas contra israelenses realizados há duas décadas. Haniyeh é o líder do Hamas, um grupo islamista radical que não acredita no direito de Israel existir, cujo estatuto defende abertamente a jihad (guerra santa) para eliminar Israel.
Elucidativo observar que, enquanto a Administração Biden continua flertando com Abbas e a Autoridade Nacional Palestina e envia seus principais diplomatas para se encontrar com eles em Ramala, salta aos olhos que a grande maioria dos palestinos evidentemente perdeu a confiança em seus líderes. Segundo uma pesquisa do PSR, 80% da população palestina quer que Abbas renuncie. Isso marca um aumento de 2% desde a pesquisa anterior realizada há três meses. Cerca de 31% dos palestinos dizem que o Hamas faz por merecer representá-los e liderá-los, enquanto 21% acham que a facção Fatah de Abbas é a que mais faz por merecer. Já 43% acham que nem o Hamas nem o Fatah merecem representá-los.
Embora a Administração Biden, ao que tudo indica, confia em Abbas e na Autoridade Nacional Palestina, 84% dos palestinos, que têm motivos de sobra, para visualizar o porquê clique (aqui, aqui e aqui), acreditam que as instituições da ANP são corruptas. Além disso, o nível de insatisfação com o desempenho de Abbas, segundo o levantamento, é de 80%.
Os resultados da última pesquisa de opinião palestina mostram que a Administração Biden e a União Europeia, por acreditarem que têm condições de promover a ideia de uma "solução de dois estados" entre Israel e os palestinos, continuam se autoiludindo. Os americanos e europeus parecem estar alegremente no mundo da lua quanto aos sentimentos da rua palestina e preferem ouvir somente o que altos funcionários palestinos lhes dizem a portas fechadas em Ramala. As autoridades palestinas estão claramente distorcendo os fatos quando eles falam sobre o desejo dos palestinos de alcançar a paz e estabelecer um estado palestino ao lado de Israel. Eles dizem isso porque esperam obter um estado na Cisjordânia que possam usar como plataforma de lançamento para atacar Israel. E é exatamente isso o que os palestinos fizeram depois que Israel se retirou da Faixa de Gaza em 2005 e a entregou para a Autoridade Nacional Palestina: eles começaram a disparar foguetes da Faixa de Gaza contra Israel.
Enquete após enquete vem mostrando que essas autoridades, entre elas Mahmoud Abbas, agora no 18º ano de seu mandato de quatro anos, perderam a confiança da maioria dos palestinos e por anos a fio não representaram mais as visões da maioria da população palestina.
Autoridades dos EUA e da UE prestariam um grande serviço a si mesmas se vissem a realidade como ela realmente é: a maioria dos palestinos se opõe à "solução de dois estados" e apoia veementemente o terrorismo. A maioria dos palestinos quer irrefutavelmente que os terroristas os representem e os liderem.
Os resultados da pesquisa de opinião não pegou de surpresa aqueles que estão por dentro com o estado de espírito da população palestina. A radicalização é a consequência direta de décadas de lavagem cerebral e incitamento contra Israel sem trégua em mesquitas, na mídia, nas escolas, nos campi universitários, nos esportes, nos acampamentos de verão e até nas palavras cruzadas. Os palestinos são constantemente bombardeados por seus líderes, falsamente, que, por exemplo, os judeus estão "invadindo" e "profanando com seus pés imundos" a Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, que os judeus israelenses "querem controlar o mundo" e que os judeus enviam ratos para a Cidade Velha de Jerusalém e porcos selvagens nos campos para expulsar os árabes de suas casas, embora ainda não esteja claro como os animais foram treinados para saber quais casas pertencem aos árabes e quais aos judeus.
Na pior das hipóteses, os resultados do levantamento mostram que americanos e europeus estão perdendo tempo tentando convencer os palestinos a voltarem à mesa de negociações com Israel.
Será que a UE ou a Administração Biden estão pressionando Abbas e a liderança palestina a reprimirem os grupos terroristas e cessarem o incessante incitamento contra Israel? Não, a bem da verdade, a UE está enviando equipamentos aos palestinos para ajudá-los a construir ilegalmente em terras ainda a serem negociadas. Os EUA, por sua vez, não só fazem de conta que combater o terrorismo é moralmente equivalente a cometer atos terroristas, como também, em desafio ao Congresso dos EUA, continuam recompensando o "programa de empregos" "pagar para matar" de Mahmoud Abbas com dinheiro fungível, incentivando os palestinos a assassinarem judeus.
Bassam Tawil, árabe muçulmano, radicado no Oriente Médio.