O regime iraniano está a poucos meses de obter armas nucleares e no decorrer desse tempo todo, até agora, a Administração Biden ficou sem dar um pio, sem articular nenhuma política clara para evitar que este perigoso e predatório regime vire um país dotado de armas nucleares a exemplo da Coreia do Norte. Foto: As instalações para a produção de água pesada em Arak, ao sul de Teerã. (Foto: Majid Saeedi/Getty Images) |
Ao que tudo indica, o regime iraniano está a poucos meses de obter armas nucleares e no decorrer desse tempo todo, até agora, a Administração Biden ficou sem dar um pio, sem articular nenhuma política clara para evitar que este perigoso e predatório regime vire um país dotado de armas nucleares a exemplo da Coreia do Norte.
O Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz salientou a embaixadores de países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas em uma reunião no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém em 4 de agosto de 2021:
"o Irã violou todas as cláusulas do JCPOA[1] e está apenas a cerca de dez semanas de adquirir materiais para a fabricação de armas nucleares... Chegou a hora de agir, palavras não bastam. É hora da diplomacia, da tomada de providências nas esferas econômicas e até militares, caso contrário, os ataques irão continuar."
A Administração Biden tem insistido em retomar o desastroso acordo nuclear de Obama e para o establishment teocrático do Irã isso caiu como uma luva para ganhar tempo e avançar passo a passo para a aquisição de armas nucleares.
A Administração Biden mostrou imprudência pela primeira vez ao deixar claro aos líderes iranianos que os EUA queriam voltar ao acordo nuclear e que estavam dispostos a suspender todas as sanções reimpostas pela Administração Trump.
Quando as negociações sobre as questões nucleares começaram, o regime iraniano começou a acelerar o programa nuclear num ritmo mais veloz à medida que as negociações avançavam. A Administração Biden não apenas permaneceu de bico fechado diante das violações do Irã, como também começou a oferecer mais concessões ainda aos mulás. A Administração Biden, por exemplo, anunciou que não só estava disposta a suspender as sanções relacionadas à questão nuclear, como também estava considerando suspender as sanções não relacionadas a ela.
Em janeiro de 2021 o Irã começou a produzir urânio enriquecido a 20%. Em 9 de janeiro, o parlamento iraniano aprovou uma lei exigindo que o governo expulse os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica. Em abril, o regime acelerou a produção de urânio enriquecido a 60%, chegando perto dos níveis apropriados para fabricação de armas nucleares. Ao mesmo tempo que o governo iraniano mantinha negociações indiretas sobre a questão nuclear com o governo Biden, Mohammad Bagher Qalibaf, presidente do parlamento do Irã, bravateava:
"os jovens e tementes a Deus cientistas iranianos conseguiram produzir urânio enriquecido a 60%. Felicito a brava nação islâmica do Irã por este sucesso. A força de vontade da nação iraniana é milagrosa e tem condições de neutralizar qualquer conspiração."
Em 6 de julho, à medida que as negociações sobre as questões nucleares ocorriam em Genebra, o regime iraniano começou produzindo urânio metálico enriquecido. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), grupo de vigilância nuclear da ONU, soou o alerta:
"hoje, o Irã informou à Agência que o UO2 (óxido de urânio) enriquecido até 20% U-235 será enviado para o laboratório de R&D na Planta de Fabricação de Combustível em Esfahan, onde será convertido em UF4 (tetrafluoreto de urânio) e depois para urânio metálico enriquecido a 20% U-235, antes de usá-lo para a fabricação do combustível. "
Em uma declaração conjunta publicada pelo Reino Unido, França e Alemanha estes países concordam que o regime iraniano "não tem nenhuma necessidade civil aceitável de produzir urânio metálico R&D, que constitui um passo fundamental para o desenvolvimento de uma arma nuclear".
Além disso a Administração Biden, não se mexeu no sentido de pressionar o regime iraniano a responder aos questionamento da Agência Internacional de Energia Atômica sobre três instalações nucleares clandestinas descobertas no Irã. O diretor geral da AIEA Rafael Mariano Grossi destacou:
"o Irã deve optar por cooperar de forma mais clara com a agência no sentido de fornecer os esclarecimentos necessários. O fato de termos encontrado vestígios (de urânio) é muito importante. Isso significa que há a possibilidade de estarem em curso atividades e materiais nucleares que não estão sob supervisão internacional e sobre os quais não sabemos a origem nem a que se destinam. Isso me preocupa. "
Grossi também alertou:
"a falta de progresso quanto ao esclarecimento dos questionamentos da agência sobre a exatidão e integridade das declarações de salvaguardas do Irã afeta seriamente a capacidade da agência de fornecer garantias da natureza pacífica do programa nuclear do Irã. Para fins de objetividade, devo salientar que o governo iraniano reiterou a disposição de se empenhar, cooperar e apresentar respostas, mas até agora nada. Espero que isso não fique por isso mesmo, só que até o momento nada de concreto."
Parece muito preocupante, principalmente depois, tanto do papelão da inteligência quanto ao planejamento que resultou no desastre no Afeganistão, que a Administração Biden esteja novamente dormindo no ponto enquanto os mulás do Irã continuam se sentindo à vontade enriquecendo urânio para adquirir um arsenal de armas nucleares.
Vimos o que os mulás que governam o país fazem ao seu próprio povo e à região antes mesmo de terem armas nucleares. Basta dar uma olhada no que o país chamado de "o maior patrocinador mundial do terrorismo de estado" já fez tanto internamente contra para seu próprio povo, quanto internacionalmente contra o Líbano, Iêmen, Líbia, Iraque, Síria, Arábia Saudita, Territórios Palestinos e até mesmo a Venezuela e ao redor da América do Sul, para não dizer o recente ataque letal contra um petroleiro comercial no Golfo de Omã. O que então o Mundo Livre espera que os mulás façam após adquirirem armas nucleares?
Dr. Majid Rafizadeh é estudioso de Harvard, estrategista e consultor de negócios, cientista político, membro do conselho da Harvard International Review e presidente do International American Council on the Middle East. Ele escreveu vários livros sobre o Islã e a Política Externa dos EUA. Contato: Dr.Rafizadeh@Post.Harvard.Edu
[1] Plano de Ação Conjunta