Em maio de 2017, uma revolta extremista foi desencadeada na cidade de Marawi, de maioria muçulmana, nas Filipinas. Os jihadistas que tomaram Marawi durante a revolta obrigaram as mulheres a se submeterem à escravidão sexual e intimaram os homens cristãos a abraçarem o Islã ou serem usados como escudos humanos contra o exército filipino. Foto: fumaça da cena do combate em Marawi em 30 de maio de 2017. O exército filipino estava lutando com o grupo terrorista islâmico Abu Sayyaf pelo controle da cidade. (Imagem: Jes Aznar/Getty Images) |
No domingo de 27 de janeiro, muçulmanos extremistas destruíram uma catedral católica em um atentado com bomba durante a missa nas Filipinas. Pelo menos 20 pessoas morreram e 111 ficaram feridas.
Às 8h45min da manhã, dois explosivos foram detonados com diferença de um minuto entre eles, perto da Catedral de Nossa Senhora do Monte Carmelo, em Jolo. De acordo com a Associated Press:
"Segundo testemunhas, a primeira explosão mandou pelos ares bancos de madeira e painéis de vidro no interior do salão principal, a segunda bomba arremessou restos humanos e destroços ao redor da praça central da cidade em frente à Catedral de Nossa Senhora do Carmo."
Fotos publicadas nas redes sociais mostraram corpos e restos humanos espalhados na rua em frente à catedral. O sacerdote oficiante, Pe Ricky Bacolcol, ouvido por último, "ainda estava em estado de choque e não conseguia falar sobre o ocorrido," salientou outro padre.
Após a detonação da primeira bomba, tropas do exército e policiais que estavam posicionadas do lado de fora da catedral correram para o seu interior, neste momento a segunda bomba explodiu. Dos mortos 15 eram civis e 5 militares, dos feridos 90 eram civis.
A catedral, localizada em uma região de maioria muçulmana, fortemente protegida, já havia sido atacada anteriormente. Em 1997 o bispo católico Benjamin de Jesus foi baleado em frente à catedral, em 2010 granadas foram arremessadas contra ela duas vezes , danificando-a.
O Estado Islâmico reivindicou o último atentado em um comunicado, ressaltando que o massacre foi perpetrado por "dois cavaleiros do martírio" contra um "templo dos cruzados". Inúmeros grupos terroristas islâmicos, entre eles Abu Sayyaf, que operam no sul das Filipinas, juraram lealdade ao Estado Islâmico.
Embora as Filipinas seja majoritariamente cristã (principalmente católica), 24% da população do sul das Filipinas, também conhecida como Mindanao, é muçulmana. Durante décadas, grupos separatistas islâmicos vêm travando uma guerra de terrorismo, repleta de atentados com bomba, incêndios e decapitações (entre eles dois canadenses), que deixou um número estimado em 150 mil mortos.
Conforme visto no último ataque, para alguns separatistas aparentemente nada menos que um estado supremacista religioso, modelado segundo o Estado Islâmico do Iraque e da Síria, no qual são postos em prática os ditames mais drásticos da Sharia: igrejas são banidas, cristãos são subjugados e escravos sexuais são abertamente vendidos.
Em outras palavras, o novo terrorismo nas Filipinas não é meramente inspirado por reivindicações políticas ou territoriais, reais ou imaginárias e sim imbuído de ódio intrínseco pelo "outro", pelo "infiel".
Em maio de 2017, por exemplo, uma revolta extremista foi desencadeada na cidade de Marawi, de maioria muçulmana. Em um incidente, um ônibus civil foi parado por jihadistas, quando foi descoberto que 9 passageiros eram cristãos, ao que tudo indica, porque não conheciam passagens do Alcorão, foram amarrados uns aos outros e mortos a tiros, a la execução. (Extremistas em nações como Quênia e Nigéria também são conhecidos por separarem muçulmanos dos cristãos antes de massacrar os não muçulmanos.) Os jihadistas que tomaram Marawi durante a revolta obrigaram as mulheres a se submeterem à escravidão sexual e intimaram os homens cristãos a abraçarem o Islã ou serem usados como escudos humanos contra o exército filipino.
Os alvos principais são as Igrejas. Alguns exemplos:
29 de abril de 2018: a explosão de uma bomba sacudiu a paróquia de Santo Antônio, em Mindanao, durante a missa dominical no momento em que a igreja estava lotada de pessoas que participavam de um batizado coletivo. A despeito de somente dois dos paroquianos terem sido hospitalizados, as fatalidades poderiam ter sido de grande vulto. Segundo descreveu a polícia depois, o ataque portava "a assinatura de um grupo extremista islâmico".
10 de novembro de 2017: na região de Mindanao, jihadistas profanaram e encharcaram uma capela católica com gasolina com o intuito de incendiá-la. Imagens e figuras religiosas foram destruídas.
23 de maio de 2017: extremistas inspirados por "uma ideologia demoníaca", citando um prelado católico, profanaram e incendiaram a Catedral de Santa Maria em Marawi. Um vídeo que os mostra bradando o triunfante grito de guerra do Islã, "Allahu Akbar!" ("Alá é maior!"), enquanto pisoteavam e destruíam Bíblias, cruzes, figuras e estátuas, antes de botar fogo na catedral, pode ser visualizado clicando aqui.
21 de junho de 2017: jihadistas vandalizaram outra igreja católica. Descrevendo a profanação como "barbaridade", o inspetor-chefe de polícia ressaltou que "o crucifixo e as imagens da Virgem Maria e de Jesus Cristo foram destruídos enquanto as hóstias consagradas eram arremessadas ao chão".
24 de dezembro de 2016: uma granada foi atirada contra uma igreja durante a Missa do Galo, 16 celebrantes ficaram feridos.
A violência dirigida contra as casas de culto cristãs chegou a levar igrejas, como a Catedral de Santa Maria de Marawi, mencionada acima, a fechar as portas durante a Páscoa de 2018.
A violência anticristã também é manifestada de outras maneiras. Em 2017 um muçulmano que havia se convertido ao cristianismo foi encontrado morto em sua casa, muçulmanos extremistas locais o massacraram por ele ter deixado o Islã. Uma freira irlandesa de 70 anos que mora na ilha de Mindanao, que passou mais de 30 anos servindo nas Filipinas, foi amordaçada e esbofeteada com tal violência por um agressor mascarado que ela ficou inconsciente e precisou passar por uma cirurgia.
O fatídico atentado com bomba contra uma igreja, que custou a vida de 20 pessoas e ferimento em outras 100, é o mais recente recado de que, assim como acontece em outras nações que têm uma considerável minoria muçulmana, as Filipinas está envolvida na jihad. Ao passo que a razão ostensiva que está por trás desses ataques poderia ser política ou territorial, o ódio sádico que acompanha esses ataques aos cristãos e às igrejas sugere que a ideologia é a motivação suprema. Nisso, a jihad nas Filipinas é virtualmente indistinguível de seus inúmeros pares estrangeiros.
Raymond Ibrahim, autor do novo livro,Sword and Scimitar, Fourteen Centuries of War between Islam and the West, é Ilustre Colaborador Sênior do Gatestone Institute e Membro do Instituto de Pesquisa Judith Friedman Rosen do Middle East Forum.