Já faz 33 anos desde a realização do último programa de modernização nuclear.
Tanto o Secretário da Marinha quanto o Secretário da Defesa solicitaram uma conferência sobre os custos futuros de um empreendimento para a dissuasão nuclear e o investimento necessário para manter a paz e evitar a guerra nuclear.
A pauta é se os Estados Unidos podem arcar com um gasto de 4% do orçamento de defesa e 0.6% de todo gasto federal para modernizar sua dissuasão nuclear na próxima década e mais além.
Estão surgindo dois enfoques bastante divergentes.
O primeiro é que se faz necessário um plano para modernizar a capacidade nuclear dos EUA a fim de preservar uma dissuasão forte e crível frente aos avanços em curso realizados pela China, Rússia e Coréia do Norte em seus programas nucleares.
Esse enfoque é compartilhado pela maioria no Congresso e na administração. Em 2010 o Congresso declarou e a administração concordou, na Resolução de Ratificação do Novo tratado START com a Rússia, "que a dissuasão dos Estados Unidos seja garantida por uma tríade robusta de veículos de lançamentos estratégicos"[1] e como tal estava "comprometido em modernizar... a tríade (mísseis com base em terra firme, submarinos no mar e bombardeiros no ar)[2] ... no longo prazo".[3]
Além disso, esse enfoque também está associado com o apoio para disponibilizar mais fundos para a defesa, para proteger nossa segurança, incluindo a dissuasão nuclear. Esse posicionamento foi tomado em julho de 2014 pelo National Defense Panel e mais recentemente pelo congressista Randy Forbes (R-Va.) e pelo Senador Mark Rubio (R-Fl.).
De um lado o Fundo Ploughshares, grupo este que está pressionando por zero armas nucleares no mundo inteiro, alega que o gasto nuclear planejado será muito mais alto do que o Departamento de Defesa (DOD) está admitindo. O Ploughshares alega que para modernizar totalmente a dissuasão nuclear dos EUA serão necessários entre US$570-700 bilhões nos próximos dez anos, mais do que o triplo das projeções do DOD.
O Ploughshares alega que o limite dos gastos para o orçamento de defesa acordado em 2011 para os dez anos subsequentes, significa que o gasto nuclear deveria ser significativamente reduzido nos próximos dez anos porque 1) não podemos arcar com a completa modernização das nossas forças nucleares, e 2) as armas nucleares estão, afinal de contas, cada vez mais obsoletas e desnecessárias.
Quais são os fatos?
Em quatro avaliações conceituadas, realizadas recentemente, abaixo, sobre os orçamentos de dissuasão nuclear dos EUA, os gastos do corrente ano apontam para US$23 bilhões ao ano e projetam a média de gasto anual futuro, para cima, de US$27-$35 bilhões. Nenhum chega perto das estimativas da "nebulosa matemática" do Ploughshares.
Segundo o gabinete do Secretário da Defesa, o gasto atual com a dissuasão nuclear é de US$23 bilhões ao ano. Esse também foi o testemunho do especialista James N. Miller perante o Congresso, Ex-Subsecretário de Defesa de Política, em 2012.
De acordo com o Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO),[4] o Departamento de Defesa dos EUA deverá gastar em média US$35 bilhões ao ano na próxima década, quando a modernização nuclear entrar em vigor, comparados com os US$23 bilhões que o CBO concorda que estamos gastando hoje.
Estimativas semelhantes de gastos foram calculadas tanto em um estudo realizado em 2009 pelo Mitchell Institute da Air Force Association[5] quanto em um estudo realizado em 2012 pelo Stimson Center intitulado "Custeio das Armas Nucleares".
O estudo Mitchell detalhou os custos de um programa hipotético de modernização futura, que mostrou um resultado bem próximo ao atual da força planejada dos EUA de submarinos, bombardeiros e mísseis em terra firme. O estudo Mitchell detalhou os custos de um programa hipotético de modernização futura, que mostrou um resultado bem próximo ao atual da força planejada dos EUA de submarinos, bombardeiros e mísseis em terra firme.
O estudo incluiu no mix custos de operação e manutenção de US$5,4 bilhões para as plataformas de submarinos[7], bombardeiros e mísseis em terra firme, de um total de custo de modernização da força nuclear de US$12 bilhões ao ano.
Para se obter o custo total do empreendimento para a dissuasão nuclear dos EUA, também é necessário adicionar aos valores de Mitchell a manipulação das ogivas nucleares associadas no National Nuclear Security Administration (US$7,4 bilhões) mais os custos relacionados com o comando e controle nuclear, (US$4,2 bilhões).[8] Essas inclusões trariam o custo total do empreendimento para a dissuasão nuclear a aproximadamente US$23 bilhões ao ano, na mesma linha de outras estimativas importantes.
Portanto, o custo total de uma década, usando os estudos de Mitchell e do Stimson Center[9] seria de US$228 a US$280 bilhões e não mais de US$570 bilhões segundo estimativas do Ploughshares. Embora não sejam insignificantemente menores que os valores do CBO de US$350 bilhões, são cerca de 50 a 70% menores que as estimativas de gastos do Ploughshares de US$570 a US$700 bilhões em uma década.
Apesar disso, são as muito exageradas estimativas do Ploughshares que estão sendo usadas por aqueles que se opõem ao plano dos EUA de modernizar sua capacidade nuclear.
Com base nos volumosos valores dos gastos nucleares do Ploughshares, o Senador Ed Markey (D-Mass) no Senado e o Congressista Earl Blumenauer (D-Oregon) na Câmara, introduziram no Congresso o que eles chamam de SANE Act, the Smarter Approach to Nuclear Expenditures (Lei SANE, Abordagem Inteligente aos Gastos Nucleares). O plano do Senador Markey cortaria US$100 bilhões dos planejados orçamentos para a dissuasão nuclear para a próxima década.
A lei SANE cortaria a nova frota marinha armada nuclearmente dos planejados 12 submarinos para 8,[10] e interromperia tanto a nova substituição pelo míssil balístico intercontinental (ICBM) quanto o novo bombardeiro estratégico.
Infelizmente, essa rodada de cortes pode ser apenas a primeira pleiteada pelo senador. Anteriormente, o Senador Markey se apoiou em estimativas, ainda mais altas, para os gastos com a dissuasão nuclear futura do Fundo Ploughshares para apoiar os cortes nucleares de US$200 bilhões e não US$100 bilhões, na próxima década.[11]
Por exemplo, em 2011 o Ploughshares estimou que o custo anual para a dissuasão nuclear dos EUA não era de US$57 bilhões (suas estimativas anteriores) e sim US$70 bilhões.[12]
É um corte variando de 35% a 70% do futuro fundo de dissuasão nuclear estratégico, aumentando até 90% do gasto atual. Qualquer um desses cortes devastaria completamente a capacidade de dissuasão nuclear dos EUA.[13]
O que está acontecendo?
Há alguns anos, o congressista Norm Dicks, respeitado especialista em defesa e membro do subcomitê de defesa da comissão orçamentária da Câmara, explicou como acabar com programas de defesa que não são de seu agrado. Ele disse "é preciso criar um bode na sala".
De modo que o Ploughshares criou dois bodes na sala. Primeiro designou as "armas nucleares" como sendo o "bode na sala". Então alegaram que esse "bode" se tornaria um problema no valor de um "trilhão" de dólares.
Então, como US$23 bilhões ao ano em gastos nucleares de repente viraram US$57 a US$70 bilhões ao ano e em seguida US$1 trilhão nas próximas décadas?
Primeiro, o Ploughshares adotou suposições suficientes, por mais erradas que fossem, que finalmente o conduzisse ao valor "correto" do problema.[14]
Somente essa inserção aumenta em US$10 bilhões por ano os valores "nucleares",[15] muito embora 90% do financiamento ir para a construção de defesa antimísseis como a Cúpula de Ferro ou o Patriot, designados a proteger pessoas de ataques com mísseis convencionais não-nucleares. Não se trata de sistemas nucleares, não importa o quanto forcemos a imaginação.
E não para por aí, o Ploughshares ignorou que os custos dos bombardeiros são relativamente baixos, (o componente nuclear de um novo bombardeiro com dupla capacidade é de apenas 3% do custo total do bombardeiro).
Mas se for levado em conta o custo total do novo programa de modernização de bombardeiros convencionais, bem como os custos de bombardeiros existentes, tanto com capacidade nuclear quanto convencional e simplesmente contar tudo como se fosse um programa nuclear, isso adicionaria dezenas de bilhões de dólares aos "gastos nucleares" anuais por meio de um simples truque de retórica.[16]
Entretanto, os especialistas em manipulação de contabilidade do Ploughshares, não pararam por aí. Em vez de estimar os custos do orçamento nuclear para um ano, como é costumeiro em qualquer administração quando ela envia seu orçamento ao Congresso, eles adotaram várias estimativas de gastos para até três décadas.[17]
Estimativas redefinidas do "orçamento nuclear" repentinamente aumentaram muito rapidamente. Na realidade, chamaram a atenção ao atingirem a marca "mágica" do "trilhão" de dólares.
Desse modo, nasceu o "bode".
O Ploughshares alegou que já que as armas nucleares não dissuadiram os ataques de 11 de setembro, elas não têm mais utilidade.[18] Mas nem as forças armadas nem nenhum recurso das autoridades responsáveis pelo cumprimento da lei, não apenas armas nucleares, detiveram os ataques de 11 de setembro.
A esse argumento adicionaram o que o especialista em defesa de mísseis Uzi Rubin descreve como "análise do biscoito da sorte".[19] Eles alegaram que como as armas nucleares eram relíquias da Guerra Fria, "servem para o quê"?
Mas conforme explica o Tenente General James Kowalski da Força Aérea dos EUA, Vice Comandante do Comando Estratégico dos EUA, sobre armas nucleares: "não acredito que ainda sejamos uma força da Guerra Fria ou de porta-aviões ou de Operações Especiais ou de helicópteros UH-1".[20]
Um exemplo pode ilustrar o quão sério esse erro é. Os aviões da Força Aérea dos EUA têm em média 26 anos. Quando o Presidente Ronald Reagan foi eleito em 1980, o "buraco" militar que preocupava tanto o país contava com uma força aérea que naquela época tinha em média 12 anos.[21]
Como resultado, muito da tecnologia e dos equipamentos usados hoje nas forças armadas dos EUA, incluindo forças nucleares, são de fato os mesmos do final da Guerra Fria.
Essas armas convencionais também devem ser dramaticamente cortadas?
De fato, descrever a estrutura da força nuclear dos EUA como "relíquia da Guerra Fria"[22] não diz nada sobre a questão dessa força ainda ser necessária.
Por exemplo, conforme sustenta o Senador Markey, se os EUA estiverem gastando agora mais do que US$70 bilhões ao ano em armas nucleares,[23] (que se for verdade estaria em um nível mais alto em dólares atuais ao ano do que os EUA estavam gastando durante o auge da Guerra Fria), não faz sentido, ao estarem diante de graves déficits orçamentários, cortar, digamos, US$20 bilhões ao ano do empreendimento nuclear?
E é isso que o Fundo Ploughshares vem propondo de diferentes maneiras: pressionar o adiamento do bombardeiro nuclear estratégico e eliminar os mísseis Minuteman em terra firme. Em um artigo recente, o Ploughshares também alegou que o programa atual para a substituição da força de submarinos nucleares também pode não ser necessário. Segundo o Ploughshares, "nós ainda não decidimos se iremos necessitar... sequer de uma... das bombas que eles (submarinos) levarão a bordo".[24]
Isso significa que em aproximadamente 20 anos, os EUA ficariam sem uma dissuasão nuclear crível ou eficiente, justamente quando a China e a Rússia estão modernizando, integralmente, suas dissuasões nucleares.[25]
Se todas as recomendações do Ploughshares forem adotadas, deixarão os Estados Unidos com uma dissuasão nuclear antiga e obsoleta, totalmente inadequada para fazer frente a ameaças atuais ou futuras à medida que ela "vai enferrujando até a obsolescência".[26]
Enquanto o Senador Markey e seus aliados congressistas estão pleiteando um "adiamento" nos programas do bombardeiro e do ICBM, em Washington, um adiamento frequentemente tem o mesmo impacto que acabar com um programa. É só lembrar do oleoduto Keystone. A decisão de adiar sua aprovação com o objetivo de "analisar" o programa do oleoduto foi tomada há mais de 74 meses, ou seja, seis anos.
O que o Ploughshares Fund (Fundo Ploughshares) está realmente fazendo com a proposta de cortes orçamentários, ao que tudo indica, é tentar camuflar os objetivos de desarmar permanentemente os Estados Unidos de elementos chave de sua capacidade nuclear.
Um desarmamento nessas proporções colocaria em risco não somente a segurança dos Estados Unidos, mas também de mais de 31 nações dependentes de sua proteção nuclear.
A melhor solução é o plano de dissuasão nuclear adotado em dezembro de 2010 e desde então apoiado por ampla maioria pela administração e por uma maioria esmagadora no Congresso, até agora. Seguindo com o custeamento dos últimos cinco orçamentos para a defesa, o plano começa prudentemente a modernizar a tríade das forças atuais dos EUA e simultaneamente reduzir as ogivas dos arsenais que ficarão estocadas.[27]
Segundo uma pesquisa patrocinada pelo Stimson Center, 67% dos americanos entrevistados concordam que modernizar a dissuasão nuclear dos EUA, substituir sistemas antigos e ao mesmo tempo buscar estabilidade estratégica e controle de armas, faz sentido como estratégia militar como um todo.[28]
Essa modernização é um programa de substituição que irá reduzir, de maneira responsável, a estrutura da força nuclear dos Estados Unidos de 14 para 12 submarinos, mantendo 400 dos 450 silos dos ICBMs além de 60 bombardeiros nucleares estratégicos.
A modernização irá ocorrer ainda que os EUA reduza o número de ogivas nucleares para 1550, conforme permitido pelo Strategic Offensive Reductions Treaty "Tratado de Reduções Estratégicas Ofensivas" (SORT em inglês) de 2002, contudo é um descimento dos 2.200, número permitido na era de George W. Bush.
Esse novo nível de ogivas, mais baixo, logrado pela última vez durante a administração Eisenhower, é significativamente menor se comparado com as 13.000 ogivas posicionadas que os EUA mantinham no auge da Guerra Fria.
É conveniente que os líderes políticos dos Estados Unidos tenham o cuidado de assegurar que os EUA estejam preparados para defenderem a si bem como a seus aliados. Eles devem ser sinceros para com o povo americano e explicar que gastar de 4% a 5% do orçamento da defesa e seis décimos de 1% do orçamento federal para a dissuasão de uma guerra nuclear é um investimento prudente, financeiramente suportável e urgentemente necessário para a defesa da nação.[29]
Dada a recente agressão da Rússia na Ucrânia, mais reduções nucleares bilaterais entre os russos e os Estados Unidos são, na melhor hipótese, uma possibilidade remota.
Mas conforme William Broad deu a entender no New York Times, uma redução significativa de armas nucleares sempre poderá ser feita pelos Estados Unidos, contornando a necessidade de um acordo de controle de armas com a Rússia.
Estranhamente, os cortes nucleares sendo propostos pelo Senador Markey não supõem nenhuma redução recíproca dos russos, como seria de se esperar de um acordo bilateral de controle de armas. Os cortes nucleares dos EUA serão, conforme também propõe o Ploughshares, unilaterais, apesar do volumoso aumento da capacidade nuclear, ora em andamento, da Rússia e da China.
Estamos portanto diante de um dilema.
Será que os EUA deveriam, de forma imprudente, fazer cortes unilaterais , em busca de um mundo ideal, livre de armas nucleares?
Ou deveriam os EUA parar de aumentar as reduções das armas nucleares e modernizar suas forças nucleares para um nível de armas nucleares permitido pelo novo tratado START de 2010 entre os EUA e a Rússia? Deveriam os EUA apenas continuar com a missão, embora complicada, de manter a paz, a dissuasão, "e cuidar de sua defesa"?
Como já disse o ex-congressista Norm Dicks em 12 de julho de 2012 sobre as armas nucleares dos Estados Unidos: "elas são uma boa dissuasão e têm sido uma dissuasão eficiente. Graças a Deus".
[1] Do documento preparado pelo Senador James M. Inhofe, membro do alto escalão da Comissão do Senado sobre as Forças Armadas, novembro de 2013.
[2] Declaração 12, Nova Resolução de Ratificação START, 22 de dezembro de 2010.
[3] Carta do Presidente Obama aos Senadores Daniel Inouye,(D-HA) Thad Cochran,(R-MS); Diane Feinstein (D-CA) e Lamar Alexander (R-TN), 20 de dezembro de 2011.
[4] Relatório - "Custos Projetados das Forças Nucleares, 2014 a 2023" pelo Gabinete de Orçamentos do Congresso. Dezembro de 2013. (pdf); "Orçamentos para Operação, Manutenção e Modernização da Tríade Nuclear Estratégica", "Custos das Forças Nucleares dos EUA, por Departamento e Função".
[5] "Tríade, Díade, Mônada? Formação da Força Nuclear dos EUA para o Futuro", Mitchell Institute for Airpower Studies, Mitchell Documento nº5, dezembro de 2009.
[6] "Tríade, Díade, Mônada? Formação da Força Nuclear dos EUA para o Futuro", Mitchell Institute for Airpower Studies, Mitchell Documento nº5, dezembro de 2009, Tabela nº 3, página 27.
[7] Dados obtidos a partir de observações do General (aposentado) Frank Klotz, Major General Garrett Harencak e Tenente-General Steven Wilson, em 18 de setembro de 2014 Simpósio sobre o Futuro Roteiro do Empreendimento Nuclear Estratégico, mantidos no Clube Naval da Marinha em Washington, D.C. e "Tríade, Díade, Mônada? Formação da Força Nuclear dos EUA para o Futuro", Mitchell Institute for Airpower Studies, Mitchell Documento nº 5, dezembro de 2009.
[8] Baseado no Estudo Mitchell de dezembro de 2009 e no estudo do Stimson Center de junho de 2012 e análise adicional do próprio autor.
[9] O Estudo Mitchell avaliou os custos de dez anos no valor de US$228 bilhões enquanto o estudo do Stimson Center (ajustado pelo autor por meio da remoção de custos não nucleares e de defesa de mísseis) avaliou em cerca de US$280 bilhões os custos de dez anos.
[10] "Introdução da Legislação para Reduzir os Gastos com Armas Nucleares", 3 de março de 2014 - SANE - "Um importante opositor dos gastos com armas nucleares do Senado dos EUA introduziu, na sexta-feira, um projeto de lei que cortará US$100 bilhões no próximo... e segurança nacional", disse o Senador Markey em um comunicado à imprensa sobre a Lei SANE.
[11] O proposto corte de US$200 do Senador Markey foi anunciado pela Comissão Friends sobre a Legislação Nacional (FCNL em inglês) bem como pelo Council for a Livable World Conselho por um Mundo Habitável em 29 de setembro de 2011. Ambos elogiaram o Senador Markey por enviar uma carta juntamente com a assinatura de outros 64 membros da Câmara intitulada "Congele as Bombas Atômicas, Financie o Futuro" ao Supercomitê do Congresso pleiteando "um corte de US$20 bilhões ao ano ou US$200 bilhões nos próximos dez anos do orçamento de armas nucleares dos EUA".
[12] "O Quanto as Armas Custam para Nós;" Papéis de Trabalho do Fundo Ploughshares, setembro de 2012. (as estimativas anuais de gastos nucleares são de US$640 bilhões em uma década, ao passo que outras estimativas do Fundo Ploughshares giram em torno de US$57 bilhões a US$70 bilhões ao ano).
[13] Cortar US$20 bilhões ao ano do orçamento atual para a dissuasão nuclear de US$23 bilhões irá obviamente destruir a capacidade de dissuasão nuclear estratégica dos EUA. Se esse montante fosse cortado dos futuros orçamentos anuais estimados em US$30 a US$35 bilhões, ainda assim dizimaria a capacidade de dissuasão dos Estados Unidos.
[14] "O Quanto as Armas Custam para Nós;" Papéis de Trabalho do Fundo Ploughshares, setembro de 2012.
[15] Um dos primeiros estudos a incluir gastos com defesa de mísseis, chamado de gastos com a dissuasão nuclear foi "Gastos com as Forças Nucleares Estratégicas dos EUA de 2006: Plans & Options for the 21st Century" por Steven M. Kosiak do Center for Strategic and Budgetary Assessments (CSBA). Outros estudos se seguiram, realizados pelo Gabinete de Orçamentos do Congresso, (CBO em inglês) em dezembro de 2013 e pelo Stimson Center em junho de 2012.
[16] Foi incluída uma percentagem teórica aos custos do bombardeiro (25%) na conta nuclear pelo CBO em seu estudo de 2012, enquanto percentagens mais altas dos custos do bombardeiro estratégico foram adicionadas tanto pelo CSBA quanto pelos estudos Stimson referenciados acima e subsequentemente adotados pelo Ploughshares entre outros grupos de controle de armas.
[17] Uma das primeiras vezes que uma organização antinuclear estimou o custo de armas nucleares em diversas décadas foi o relatório intitulado "A Tríade Nuclear de Um Trilhão de Dólares" por Jon B. Wolfsthal, Jeffrey Lewis e Marc Quint do James Martin Center for Nonproliferation Studies, Monterey, Califórnia, em janeiro de 2014.
[18] Acesse "Equipes de mísseis nucleares esquecidas dos Estados Unidos". Acesse também "Longe das Bombas" por Bruce Blair, Brian Weeden e Damon Bosetti, International New York Times, e from WarScapes por Russ Wellen, 9 de abril de 2019, "O Verdadeiro Motivo dos Oficiais Responsáveis pelos Lançamentos de Mísseis Trapacearem".
[19] O ex-chefe da Agência Israelense de Defesa de Mísseis, Uzi Rubin, certa vez satirizou que qualquer um pode aparecer com uma análise engraçada do tipo "biscoito da sorte". "Relíquia" de Guerra Fria é uma delas.
[20] Air Force Association, National Defense Industrial Association e a Reserve Officers Association Capitol Hill Breakfast Forum, 31 de julho de 2013, com o Tenente-General James Kowalski, Comandante, United States Air Force Global Strike Command, sobre "Dissuasão Nuclear, Ataque Imediato e Perspectivas Tríades".
[21] "The Nuclear Enterprise," Major General Gen Garrett Harencak, AFA - Air & Space Conference and Technology Exposition, 16 de setembro de 2014. Os dados da USAF são provenientes de comunicação pessoal com o General (aposentado) Michael J. Dunn, Ex-Presidente da Air Force Association e da National Defense University.
[22] "A Tríade é Econômica?", e "Os Orçamentos Ilusórios e a Política Desagradável das Armas Nucleares"
[23] LA Times, 21 de outubro de 2014 "O quão grande é a necessidade do nosso arsenal nuclear" por Joe Cirincione. A cifra de US$70 bilhões ao ano foi usada pelo então congressista Edward Markey, citando observações do presidente do Ploughshares Joe Cirincione, em uma carta que o congressista, além de 34 colegas da Câmara escreveram ao Supercomitê do Congresso, 11 de outubro de 2011.
[24] LA Times, 21 de outubro de 2014 "O quão grande é a necessidade do nosso arsenal nuclear" por Joe Cirincione. Os autores observam o seguinte: A necessidade de substituir a frota de submarinos dos EUA em tempo hábil não é bem compreendida. A cada ano após 2027, um submarino dos EUA deverá ser aposentado: não é possível certificar que o casco continue estável por mais tempo. Mesmo hoje, a vida útil planejada da atual força de submarinos é maior do que os EUA já tinham atribuído anteriormente. Além disso, os custos da P&D do programa se mantiveram estáveis, independentemente se quatro, oito ou 12 submarinos fossem construídos. Economia ocorrerá somente quando o programa terminar.
[25] Um excelente resumo do empreendimento para a modernização nuclear estratégica tanto da Rússia quanto da China pode ser encontrado no Website da Air Force Association: Steve Blank (AFPC) e Mark Schneider (NIPP), 23 de maio de 2014, "Novas Tendências na Estratégia de Defesa Nuclear Russa", e Gordon Chang, Rick Fischer e Ed Timberlake, 20 de maio de 2014, "Ascensão da China, Desafios da Dissuasão dos EUA: Realidades da Segunda Geração Nuclear."
[26] Esse termo foi usado pela primeira vez por Clark Murdock, diretor do Programa de Iniciativas Nucleares (PONI em inglês) no Center for Strategic and International Studies, em observações sobre o AFA-NDIA, ROA Congressional Breakfast Seminar Series on Nuclear Deterrence and Arms Control em maio de 2013.
[27] "Modernizando as Forças Nucleares dos EUA", do Senador James Inhofe, Comitê de Serviços Armados do Senado, novembro de 2013.
[28] Programa para Consulta Pública, Consultando o Povo sobre Gastos para a Segurança Nacional, 12 de maio de 2012, fornecido pelo Stimson Center.
[29] Excelente resumo em forma de gráfico de dezembro de 2013 do Senador Gary Inhofe, membro do alto escalão do Comitê de Serviços Armados do Senado sobre o nível relativo dos gastos e investimentos com a dissuasão nuclear de 1962 e a projeção para 2017, expresso em termos de percentagem do orçamento do DOD. Observe que durante a crise dos mísseis cubanos, os EUA gastavam 17% do orçamento do DOD em armas nucleares e 11% durante o período de modernização da era Reagan. Em comparação, as projeções (veja tabela abaixo) mostram que os custos da modernização nuclear poderão atingir 4% do orçamento de defesa.
Outra avaliação em relação aos gastos nucleares ocorreu em agosto de 1996 Auditoria Atômica: Custos e Consequências das Armas Nucleares dos EUA Desde 1940. Edited by Stephen I. Schwartz, concluiram que o governo dos EUA gastou US$5,5 trilhões em 57 anos de 1940 a 1966, em todos os programas nucleares e nos programas relacionados à dissuasão nuclear, implicando uma média de gasto anual de US$100 bilhões (ajustados a valores de hoje).
Na época da publicação, o autor conversou com Schwartz sobre o estudo, para determinar as hipóteses que o levaram a essas conclusões. Mais especificamente, a avaliação era a de que os gastos nucleares na época giravam em torno de US$57 bilhões ao ano, esses valores também foram usados pelo estudo CSBA de 2006, referenciado acima.
Ambas as estimativas usam as mesmas, possivelmente equivocadas, suposições para chegarem aos mesmos valores. Como revisão histórica, o livro contém muitas informações, contudo a caracterização de muitos gastos como "relacionados a gastos nucleares" é, na avaliação do autor do artigo, demasiadamente expansiva.