Conforme a Administração Biden continua promovendo a ideia de fazer com que uma Autoridade Nacional Palestina (ANP) "revitalizada" governe a Faixa de Gaza após a presente guerra Israel/Hamas, os líderes da ANP já estão novamente provando porque eles não são muito diferentes dos terroristas islamistas apoiados pelo Irã que querem destruir Israel e assassinar judeus.
Após o assassinato, de Saleh al-Arouri, o nº 2 do "politburo" do Hamas, em 2 de janeiro, em Beirute, no Líbano, que esteve por trás de inúmeros ataques terroristas contra israelenses na última década, os líderes da ANP não perderam tempo em elogiá-lo como "mártir" e "herói", além de condenar Israel por supostamente ter liquidado o principal terrorista do Hamas. Esta glorificação de um arquiterrorista é nada menos do que um total endosso da Jihad (guerra santa) do Hamas contra Israel, conforme descrito em seu estatuto de 1988, que afirma que "a Jihad é o caminho e a morte em nome de Alá e é o mais elevado de seus desejos." (Artigo 8º)
Esta é aquela mesma ANP cujos líderes continuam a se reunir regularmente com altos funcionários da Administração Biden para conversar sobre cenários para o dia seguinte da guerra Israel/Hamas. As autoridades do alto escalão da Administração Biden não esconderam o desejo de ver uma Autoridade Nacional Palestina supostamente "renovada" substituir o Hamas para governar a Faixa de Gaza.
Vale a pena frisar que, em 2018, o Programa de Recompensas da Justiça do Departamento de Estado dos EUA ofereceu recompensas de até US$5 milhões para cada um que desse informações que levassem à identificação ou localização de al-Arouri e dos líderes libaneses do Hisbolá Khalil Yusif Mahmoud Harb e Haytham Ali Tabataba'i .
Al-Arouri, que financiava e dirigia as operações militares do Hamas na Cisjordânia, estava implicado em inúmeros ataques terroristas, desfalques e sequestros. Ele assumiu a responsabilidade do Hamas pelo ataque terrorista de 12 de junho de 2014, no qual três adolescentes judeus israelenses, entre eles o cidadão americano/israelense Naftali Fraenkel, foram sequestrados e assassinados.
A Administração Biden ainda não explicou o que significa para ela uma Autoridade Nacional Palestina "revitalizada".
Caso a Administração Biden alimente a esperança de que a liderança da ANP irá parar com a campanha em curso de incitamento contra Israel nas mesquitas, na mídia e na retórica das autoridades palestinas, ela está é sonhando. Caso a Administração Biden acredite que a ANP tomará parte de um processo de "revitalização", e cessará a interminável glorificação de terroristas e deixará de sistematicamente recompensá-los com estipêndios mensais pelo assassinato de israelenses, ela também estará prestes a ter um doloroso despertar.
Pouco depois do assassinato de al-Arouri, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, da facção governante Fatah, emitiu um comunicado condenando o "covarde assassinato", elogiando o terrorista do Hamas como "proeminente figura nacional palestina, combatente e mártir". Segundo a Fatah, "o martírio de al-Arouri feriu os sentimentos de todos os palestinos". A Fatah também convocou uma greve geral na Cisjordânia em 3 de janeiro em homenagem ao luto de al-Arouri e dos demais terroristas do Hamas.
Jibril Rajoub, secretário-geral do Comitê Central da Fatah que está intimamente ligado a Abbas, ligou para Ismail Haniyeh, líder do Hamas, para manifestar suas condolências pelo "martírio" de al-Arouri, e disse: "com o martírio de Saleh al-Arouri, a Palestina perdeu um de seus filhos e combatentes fiéis que dedicaram a sua vida a servir a causa palestina."
O primeiro-ministro da ANP, Mohammad Shtayyeh, também enalteceu al-Arouri como um "mártir" e prestou condolências ao Hamas e aos palestinos. Shtayyeh também pediu a Deus para que "cobrisse (al-Arouri) com a sua vasta misericórdia e o aceitasse no Paraíso".
Na cidade de Jenin, na Cisjordânia, Jamal Hawil, membro do alto escalão da Fatah, liderou uma manifestação para condenar o assassinato de al-Arouri, a quem classificou de "mártir".
Hawil também elogiou o massacre do Hamas de 7 de outubro, no qual o grupo terrorista assassinou mais de 1.200 israelenses, mais de 5.000 ficaram feridos e mais de 240 foram sequestrados e levados como reféns para a Faixa de Gaza.
Ele enfatizou que al-Arouri inspirou o recrudescimento das atividades terroristas contra Israel na Cisjordânia:
"Saleh al-Arouri conclamou os jovens palestinos (da Cisjordânia) para resistirem com pedras, coquetéis Molotov, pistolas e dispositivos explosivos. Nossas facções armadas darão (a Israel) uma dura lição."
Esta atitude não deveria pegar ninguém de surpresa já que Abbas e demais líderes da ANP há muito glorificam os terroristas, chamando-os de "mártires" e "heróis". Em 2021, Abbas telefonou para as famílias de dois terroristas palestinos que foram mortos quando atacavam israelenses, para consolá-las. Abbas disse para o pai de uma das terroristas:
"Alá irá aumentar a sua recompensa em nome da nossa mártir (Israa Khzaimiah), os mártires do povo palestino. Alá a deixará habitar no Paraíso, e certamente o lugar dela é no Paraíso porque ela é uma mártir da Palestina e de Jerusalém. Eu sempre me curvo aos nossos heróis e às nossas heroínas."
Desde os brutais massacres de israelenses cometidos pelo Hamas em 7 de Outubro, as atrocidades foram celebradas em pelo menos 11 escolas palestinas, incluindo oito administradas pela ANP, de acordo com o Instituto de Monitoramento da Paz e da Tolerância Cultural na Educação Escolar (IMPACT-se).
Em um exemplo, a escola do ensino médio Ya'abad Boys (perto de Jenin) comunicou aos pais que estaria fechada em 18 de outubro "em respeito ao sangue puro dos nossos mártires. Deus castigue os judeus e aqueles que os apoiam."
Na mesma linha, a escola do ensino médio Adnan Zaki al-Safarini em Tulkarm organizou uma manifestação em 12 de outubro em que elogiava o massacre cometido pelo Hamas, com um vídeo que mostrava o discurso de um estudante, intitulado: "um dia que viverá para sempre na história da luta árabe-palestina. .. o dia da enchente de al-Aqsa (nome que o Hamas usa para suas atrocidades de 7 de outubro)."
"ao que tudo indica, muitas escolas nos Territórios Palestinos aproveitaram a oportunidade dos ataques de 7 de outubro para celebrar o massacre, glorificando os terroristas do Hamas e elogiando a sua bravura e sacrifício. As imagens de parapentes usadas pelos militantes do Hamas para cometer a atrocidade, são especialmente apelativas em alguns casos, como por exemplo uma publicação nas redes sociais de uma escola que mostra alunos do segundo ano colorindo desenhos que retratam terroristas do Hamas em parapentes, desenhados pelo professor de artes dos alunos, destacando as palavras 'Gloriosa Gaza'. Muitas escolas também aproveitaram esta oportunidade para divulgar mensagens expressamente antissemitas, em que desejam que Deus "puna os judeus" ou quando chamam os judeus de "assassinos de profetas", na tradição deicida das acusações antissemitas. Estas conclusões indicam que a próxima geração de palestinos será insensível à violência e à morte, ao enxergarem os judeus e os israelenses como criaturas desumanas e encarar a sua própria morte em batalha como objetivo máximo. À luz disto, não dá para se esquivar da conclusão de que se o status quo da educação palestina continuar do jeito que está, a próxima atrocidade é praticamente líquida e certa."
Caso a Autoridade Nacional Palestina seja autorizada a voltar à Faixa de Gaza, como quer a Administração Biden, ela continuará o mesmo caminho de décadas de educação para o terrorismo. Tanto Abbas como a sua liderança da ANP farão exatamente o que o Hamas tem feito na Faixa de Gaza nas últimas duas décadas: criar mais uma geração de palestinos com mensagens de ódio aos judeus e com a glorificação de terroristas.
Enquanto isso, a Administração Biden, pode continuar sonhando sobre a "renovação" da ANP, mas todas as crianças palestinas sabem que isso nunca acontecerá enquanto os líderes palestinos continuarem financiando o assassinato de judeus e conclamarem a eliminação de Israel. Já está na hora da Administração Biden compreender que não há nenhuma diferença real entre aqueles que perpetram ataques terroristas e aqueles que os encorajam, glorificam e pagam generosamente aos terroristas por cada assassinato.
Conforme a Administração Biden sabe, sem a menor sombra de dúvida, que substituir o Hamas pela ANP não irá mudar nada na Faixa de Gaza.
Bassam Tawil, é árabe muçulmano, radicado no Oriente Médio.