Segundo Steve Bannon, estrategista do presidente dos EUA, Donald Trump, o "Ocidente judaico-cristão está entrando em colapso, implodindo. E está implodindo bem diante de nossos olhos. E a reação será abismal".
A impotência e a fragilidade da nossa civilização também está assombrando muitos europeus.
A Europa, de acordo com o historiador David Engels irá encarar o mesmo destino da antiga República Romana: guerra civil. Todos os cantos europeus veem sinais de fissuras. Ao que tudo indica os jihadistas estão tomando de assalto a liberdade e as democracias seculares. Apreensões dominam o imaginário coletivo dos europeus. Um levantamento com dados de mais 10.000 entrevistados de dez países europeus revelou uma crescente oposição pública à imigração muçulmana. A Chatham House Royal Institute of International Affairs realizou uma pesquisa de opinião perguntando aos entrevistados, pela Internet, o que eles achavam da afirmação de que "toda a migração futura de países, principalmente muçulmanos, deve ser interrompida". Nos 10 países europeus onde foram realizados os levantamentos, uma média de 55% concordaram com a afirmação.
A grande mídia já questiona se "a Europa teme mais os muçulmanos do que os Estados Unidos". A foto usada no artigo foi a recente oração muçulmana em massa em frente ao monumento da Itália, o Coliseu. Ecoando a captura da grande civilização cristã de Bizâncio em Constantinopla, o pregador mais destacado do Islã sunita Yusuf al Qaradawi declarou que chegará o dia em que Roma será islamizada.
Centenas de muçulmanos participam de um serviço de religião em massa ao lado do Coliseu de Roma, em 21 de outubro de 2016. (Imagem: captura de tela de vídeo Ruptly) |
As civilizações morrem de fora para dentro ou de dentro para fora? O seu desaparecimento resulta de agressão externa (guerra, desastres naturais, epidemias) ou de erosão interna (decadência, incompetência, escolhas desastrosas)? No século passado, Arnold Toynbee ressaltou de forma resoluta: "as civilizações morrem se suicidando, não por assassinato".
"O historiador contemporâneo da Grécia antiga e da Roma antiga viu suas civilizações iniciarem seu declínio e queda, tanto os gregos quanto os romanos atribuíram a queda da natalidade à recusa de assumir as responsabilidades da educação dos filhos", salientou o ex-rabino chefe da Grã-Bretanha Lord Sacks.
Por toda a Europa há sinais de tomada de poder. O número de estudantes muçulmanos já supera o de estudantes cristãos em mais de 30 escolas britânicas ligadas às igrejas. Uma escola primária Anglicana já conta com "100% de estudantes muçulmanos". A Igreja da Inglaterra estima que cerca de 20 de suas escolas têm mais alunos muçulmanos do que cristãos e 15 escolas católicas romanas têm estudantes de maioria muçulmana. Na Alemanha também há temores de um influxo muçulmano massivo no sistema escolar e professores alemães estão alertando abertamente sobre a ameaça de uma "guetoização".
A França registrou 34.000 menos nascimentos no ano passado do que em 2014, segundo um relatório que acaba de ser divulgado. O número de mulheres francesas que deram à luz atingiu o nível mais baixo em 40 anos. A baixa taxa de fertilidade tornou-se uma praga em toda a Europa: "em 1995 apenas um país, a Itália, tinha mais pessoas acima de 65 anos do que abaixo de 15, hoje, há 30 e até 2020 esse número vai bater 35". Bem-vindo ao "Grisalhar da Europa".
Além disso, se não fossem as mulheres muçulmanas, a França teria uma taxa de natalidade ainda menor: "com uma taxa de fertilidade de 3,5 filhos por mulher, os argelinos contribuem significativamente para o crescimento populacional da França", assinalou o consagrado demógrafo Gérard-François Dumont.[1]
Graças aos migrantes muçulmanos, as maternidades da Suécia estão ocupadas nos dias de hoje.[2]
Em Milão, centro financeiro da Itália, Maomé é o nome mais dado aos recém-nascidos. O mesmo acontece em Londres, nas quatro maiores cidades holandesas e no restante da Europa, de Bruxelas à Marselha. É o Islã, não o cristianismo, que agora permeia a paisagem e a imaginação da Europa.
Enquanto isso, praticamente todos os líderes europeus não têm filhos. Na Alemanha, Angela Merkel não tem filhos, assim como a primeira-ministra britânica Theresa May e um dos principais candidatos à presidência da França, Emmanuel Macron. Como os líderes europeus não têm filhos e não há nenhuma razão para se preocupar com o futuro (tudo termina com eles), eles abrem as fronteiras da Europa para manter o continente equilibrado demograficamente. "Eu acredito que os europeus devem compreender que precisamos de migração para as nossas economias e para os nossos sistemas de bem estar social, com as tendências demográficas atuais temos que ser sustentáveis", realçou Federica Mogherini, representante das relações exteriores da União Europeia.
A Batalha de Poitiers de 732 foi o marco final da onda muçulmana na Europa Ocidental. Se os cristãos não tivessem vencido, "talvez", assinalou Edward Gibbon, "a interpretação do Alcorão seria agora lecionada nas escolas de Oxford, e seus púlpitos poderiam demonstrar a um povo circuncidado a santidade e a verdade da revelação de Maomé". Isso não soa familiar hoje em dia?
Os islamistas levam a cultura e a história mais a sério do que os ocidentais. Recentemente em Paris um terrorista egípcio tentou atacar o grande museu, Louvre. Ele planejava desfigurar a arte do museu segundo ele próprio, porque "é um poderoso símbolo da cultura francesa". Pense em um extremista islâmico gritando "Allahu Akbar" ao mesmo tempo em que desfigura a Mona Lisa. Esta é a tendência que precisamos começar a reverter.
Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
[1] Dumont explica mais detalhadamente: "de acordo com os últimos dados disponíveis, a fertilidade das mulheres que vivem na França nascidas na Argélia é de 3,5 filhos por mulher, as do Marrocos e da Tunísia são 3,3. As da Turquia 2,9".
[2] Um aumento de 25% nos nascimentos foi registrado entre 2001 e 2014 e a percentagem de estrangeiros saltou de 4% na década de 1960 para 17% em 2015.